A Trajetória de Arlindo Cruz e Seu Legado Musical
Arlindo Cruz, um dos ícones do samba brasileiro, deixou um legado impressionante de 795 obras musicais ao longo de sua carreira. O sambista, que faleceu na última sexta-feira (8), aos 66 anos, viveu seus últimos anos ao lado da família, especialmente da esposa, Babi Cruz, e de seus filhos: Arlindinho, Flora e Kauan Felipe, fruto de uma relação extraconjugal.
O Impacto do AVC na Vida do Sambista
Após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2017, durante um banho, Arlindo ficou impossibilitado de trabalhar e passou a ser cuidado pela família. Essa mudança drástica na sua condição de vida trouxe desafios significativos para seus entes queridos.
Os Herdeiros de Arlindo e os Direitos Autorais
De acordo com a legislação brasileira, os direitos patrimoniais de um artista, como Arlindo Cruz, são geridos por seus herdeiros diretos. Como o sambista tinha 795 músicas e quase 1.800 gravações registradas no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), a sua família é a única com poder de administrar esses direitos por 70 anos a partir do falecimento.
A Realidade Financeira da Família Após o AVC
Os direitos autorais que Arlindo recebia eram, em grande parte, utilizados para custear seu tratamento. A filha Flora revelou que o custo mensal apenas com o plano de saúde alcançava cerca de R$ 30 mil e afirmou, "Meu pai não canta mais, então o dinheiro de direitos autorais é pra cuidar da saúde dele". Com a nova realidade financeira, a família teve que adaptar seu estilo de vida.
Desafios e Superações Passadas
Flora, que descreveu sua infância como luxuosa, afirmou que a família passou de uma vida de dondoca a uma realidade completamente nova. "Fui do céu ao inferno", disse ela, sublinhando a necessidade de trabalhar para sustentar a família. Essa adaptação incluiu a necessidade de todos os membros da família contribuírem para os custos diários.
O Tratamento e os Desafios Financeiros
Durante os anos de tratamento, Arlindo enfrentou cinco cirurgias na cabeça. No entanto, houve desafios com a cobertura do plano de saúde, levando Flora a declarar: "Lá em casa se eu não trabalhar, se minha mãe não trabalhar, se meu irmão não trabalhar, a gente não sustenta a nossa vida". Essa realidade ressalta a luta da família para manter uma vida digna após a perda do saudoso sambista.