Cuidar do meu pai por 14 anos proporcionou ensinamentos valiosos sobre como quero viver minha aposentadoria, priorizando um corpo saudável que me permita desfrutar da vida.
Há quatorze anos, meu pai se mudou para a minha família, mantendo uma certa independência, mesmo sem poder dirigir e dependendo de mim para se locomover. A experiência de cuidar dele moldou meu planejamento para o futuro. Em 2011, ele passou a viver conosco, e agora, aos 82 anos, ele ainda está aqui, se destacando positivamente. Ser parte da geração sanduíche — que equilibra a criação dos filhos e a atenção a um pai idoso — apresenta desafios inesperados.
Desde o início, eu sabia que meu pai acabaria vivendo comigo, mesmo que ele não tivesse essa expectativa. A maior dificuldade foi sua mudança de estado, deixando para trás amigos e familiaridade. Nós nos tornamos seu suporte, e somos gratos por termos conseguido nos adaptar. Nos primeiros anos, a vida juntos foi tranquila.
Aos 68 anos, após perder sua parceira de longa data, ele se mudara para nosso lar sem ter economias suficientes para a aposentadoria. Inicialmente, ele dirigia e se mantinha ativo, participando de atividades e indo ao supermercado. Jantávamos juntos, e vizinhos e amigos se tornaram parte de sua vida. Ele é carinhosamente conhecido como Grampy, e a presença dele trouxe alegrias para nossos filhos, que cresceram com um avô ao lado.
Fomos privilegiados por ter um espaço adequado em casa, permitindo que cada um tivesse sua privacidade — um ponto crucial para o sucesso dessa convivência. Ao longo dos anos, enfrentamos desafios de saúde, como um susto com câncer de pele que foi superado. No entanto, a degeneração macular, que afetou sua visão, levou meu pai a parar de dirigir aos 77 anos, mudando a dinâmica das nossas interações.
Com a deterioração de sua visão, minha função também se transformou. Passei a gerenciar sua medicação, levá-lo a consultas médicas e auxiliá-lo nas compras. Meu papel agora vai além do de uma filha; sinto que pude me tornar uma espécie de cuidadora. Essas experiências me levaram a reavaliar minha própria visão sobre aposentadoria.
Felizmente, meu pai se mantém saudável e gerencia bem suas atividades diárias, exceto dirigir. Ao longo dessas 14 anos, compreendi mais sobre como desejaria envelhecer e planejar minha aposentadoria, sabendo que ainda tenho tempo devido aos meus filhos adultos. O aspecto financeiro é importante, mas mais essencial é manter a saúde mental e física, o que me leva a focar em meu autocuidado desde já.
A vida multigeracional me ensinou sobre saúde, amor, resiliência e o que é realmente sentir-se seguro. Proporcionamos essa segurança ao meu pai, e sou grata pelo tempo compartilhado, pelas histórias contadas e os momentos vividos. Não trocaria essa experiência por nada. Afinal, a vida se resume à família. Todos nós vivemos e envelhecemos, e levarei todo esse aprendizado comigo para os próximos anos, buscando envelhecer com graça.