A deputada federal Carla Zambelli está detida na Itália, onde busca a liberdade enquanto aguarda a decisão sobre seu pedido de extradição. A parlamentar, que se tornou fugitiva após ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, alega problemas de saúde como bases para sua argumentação.
Desde sua detenção no dia 29 de julho, Zambelli enfrenta sérios problemas de saúde, incluindo fibromialgia e depressão. Sua defesa, liderada pelo advogado Fabio Pagnozzi, pretende demonstrar à Justiça italiana que a deputada, caso não seja libertada, pode não ter as condições adequadas para permanecer encarcerada devido a essas condições.
A audiência que decidirá o futuro de Zambelli está marcada para esta quarta-feira e será conduzida pelo juiz Algo Morgigni na IV Seção do Tribunal de Apelação de Roma. Os representantes da deputada devem enfatizar que a condição rara de fibromialgia que ela apresenta resulta em dores intensas, necessitando, inclusive, do uso de morfina para alívio.
Zambelli, que possui dupla cidadania, também busca uma reavaliação do seu caso na Itália, onde a possibilidade de um novo julgamento está em pauta. Durante uma primeira audiência em 1 de agosto, a deputada se declarou vítima de perseguição política.
Ela é considerada fugitiva pelo STF, que a condenou por falsidade ideológica e invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em resposta a essa condenação, o Brasil solicitou sua extradição e seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.
Embora a Justiça italiana analise os argumentos apresentados a favor e contra a liberdade provisória de Zambelli, a decisão final sobre a extradição caberá ao Ministério da Justiça da Itália, que tem a prerrogativa de negar a solicitação por razões políticas. A embaixada brasileira manifestou a expectativa de que o processo seja concluído até o final do ano.