O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a concluir, nesta semana, o julgamento da ação penal que envolve a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), acusada de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. Com uma maioria já definida em seis votos a um para condená-la a uma pena de cinco anos e três meses de prisão, o tribunal aguarda os votos de quatro ministros antes de tomar uma decisão final.
O julgamento acontece no plenário virtual e está programado para encerrar até a próxima sexta-feira. Durante esse período, é possível que algum dos ministros solicite mais tempo para análise (vista) ou que o caso seja enviado ao plenário físico (destaque). Entre os ministros que ainda não votaram estão André Mendonça, quem já se posicionou contra o recebimento da denúncia, e Luiz Fux, que recentemente demonstrou divergência em relação à maioria do STF em tópicos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além de Zambelli, que já foi condenada a 10 anos de prisão por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023, o atual e o próximo presidente do STF, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, também ainda devem se manifestar sobre a ação. O Caso da deputada remonta a um incidente em que ela apontou uma arma para um homem em uma rua de São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.
O relator do caso, Gilmar Mendes, já sinalizou sua condenação, sendo acompanhado até o momento por outros cinco ministros: Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli. Por outro lado, Nunes Marques, que havia pedido vista em março, voltou a votar na última sexta-feira, se colocando em divergência, defendendo que não houve crime, mas apenas um ilícito administrativo por parte da parlamentar.
No julgamento do recebimento da denúncia em 2023, apenas Nunes Marques e André Mendonça votaram contra, argumentando que o caso não deveria ser analisado pelo STF. Luiz Fux, por sua vez, tornou-se uma esperança para os bolsonaristas em processos futuros, incluindo uma ação penal relacionada a uma suposta trama golpista, que deve ser julgada em setembro. Em julho, ele foi o único a divergir das medidas cautelares impostas a Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica.