Após anos como o último grande canal de esportes a resistir à transição para o streaming, a ESPN finalmente anuncia o lançamento de sua plataforma de streaming. A partir de quinta-feira, por apenas $30 por mês, os fãs de esportes poderão acessar ESPN e seus canais associados sem precisar se inscrever em pacotes de TV a cabo.
Jimmy Pitaro, presidente da ESPN, explica que a demora em oferecer um serviço de streaming autônomo se deve ao sucesso contínuo da TV por assinatura. “O negócio de TV a cabo e satélite tem sido muito bom para nós e para a Walt Disney Company”, afirma Pitaro. O executivo destaca que a decisão de ir direto ao consumidor foi tomada para não prejudicar o modelo de negócios tradicional que ainda apresenta resultados sólidos.
A ESPN é um dos últimos canais de grande porte a adotar uma plataforma de streaming, seguindo o exemplo de outras redes nos últimos anos. A decisão de lançar esse serviço vem em um momento em que a audiência de TV a cabo está diminuindo significativamente, com declines registrados próximos a 9% que não mostram sinais de desaceleração.
Pitaro está em uma posição delicada, buscando atrair novos assinantes que não possuem TV a cabo, enquanto ainda retém aqueles que preferem manter suas assinaturas de pacotes. “Reconhecemos internamente que não seria vantajoso incentivar as pessoas a cortar o cabo. Isso se deve ao valor significativo que ainda é gerado através dele”, explica.
A diversificação em um novo cenário
O executivo também discute a crescente aceitação do jogo esportivo, algo que antes estava à margem dos negócios da Disney. Com o lançamento do ESPN Bet, Pitaro destaca a importância de integrar as apostas esportivas na experiência do fã, afirmando que “seria muito difícil para a ESPN servir o fã de esportes sem fornecer conteúdo de apostas significativo”. Ele garante que a empresa está tomando medidas para abordar questões relacionadas a jogos de azar, promovendo serviços de ajuda para apostadores problemáticos.
Pitaro ainda menciona a importância de diversidade dentro da própria ESPN, embora reconheça que o termo pode suscitar reações diferentes no atual clima político. Ele acredita que a diversidade deve evoluir para ‘expansão de audiência’, focando em como a ESPN pode se conectar melhor com fãs mais jovens e diversificados, refletindo essas mudanças dentro de sua força de trabalho.
“Como podemos fazer a ESPN ressoar com pessoas mais jovens e com fãs casuais, especialmente com mulheres? Essa é a oportunidade para a ESPN se expandir e crescer”, conclui Pitaro, reafirmando a necessidade de uma equipe que represente a diversidade desejada por sua audiência.