Líderes europeus expressam preocupação após a reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin no Alasca, temendo que os interesses da Rússia sejam priorizados em detrimento da soberania ucraniana. As tensões aumentaram com a perspectiva de que Trump possa pressionar Kiev a aceitar termos que beneficiam Moscou.
Após a cúpula, ficou evidente que a Europa carece de um plano coeso para lidar com a situação, com muitos líderes alarmados com a possibilidade de um rápido acordo de paz que exija concessões territoriais da Ucrânia. "O apoio à Ucrânia enfrenta uma resistência interna e a Rússia continua a tentar enfraquecer os laços transatlânticos", explicou uma fonte europeia.
Embora Trump não tenha concordado em ceder parte do território ucraniano durante a reunião, ficou claro que ele acredita em um acordo rápido, dependendo da disposição da Ucrânia em ceder partes do leste e do Donbass. "As nações europeias devem se envolver mais", declarou Trump, gerando incertezas sobre as intenções do Ocidente.
A reação de líderes europeus é mista. Alguns temem que, ao pressionar por um acordo de paz, Trump esteja basicamente forçando a Ucrânia a ceder mais do que deveria. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, planeja se encontrar com Trump em busca de apoio, mas questiona se será possível alcançar um entendimento significativo rapidamente, como sugerido pelo presidente norte-americano.
A falta de uma estratégia europeia clara agrava a situação. Os líderes europeus tentam acompanhar as diversas abordagens de Trump enquanto tentam definir limites que protejam a Ucrânia. O ex-embaixador francês nos EUA, Gérard Araud, ressalta a hesitação europeia em confrontar a Rússia por meio da Ucrânia, ressaltando como os líderes tentam proteger os interesses do continente.
A Europa reconhece que a guerra na Ucrânia é crucial para o seu futuro, e que um eventual colapso da defesa ucraniana poderia abrir caminho para a Rússia testar a Otan. A atual tensão é exacerbada por uma Rússia militarizada que busca expandir suas fronteiras, com Putin não hesitando em mostrar suas ambições ao se vestir com símbolos soviéticos.
Com os líderes europeus se sentindo pressionados, a análise do especialista Michael Kimmage enfatiza que a imprevisibilidade de Trump torna incerto o futuro da estratégia ocidental. Para ele, a abordagem deve envolver uma contenção a longo prazo de Putin através de um isolamento econômico efetivo, enquanto o apoio à Ucrânia se torna vital para a resistência na linha de frente.
Enquanto isso, as vozes que clamam por uma solução pacífica enfrentam a dura realidade de que, sem um compromisso firme da Europa e dos EUA, a Ucrânia pode enfrentar um futuro incerto conforme as negociações continuam. "O Ocidente está em uma posição delicada, e a устойчивidade da Ucrânia depende de como esses fatores se desenrolam nos próximos meses", concluiu Lieven, do Instituto Quincy.