Nova Jersey pode estar enfrentando um retorno inédito de uma doença outrora erradicada. Autoridades estaduais investigam um possível caso de malária local, o que, se confirmado, marcará a primeira infecção da doença transmitida por mosquitos no estado em mais de três décadas.
O caso foi reportado na segunda-feira, e as análises do Departamento de Saúde e do Departamento de Proteção Ambiental de Nova Jersey indicam que o residente em questão não viajou recentemente. Isso levanta a hipótese de que a infecção possa ter sido contraída de mosquitos nativos da região, o que tornaria esse caso histórico.
A malária é causada por parasitas do gênero Plasmodium, que se multiplicam nas células do fígado antes de invadir os glóbulos vermelhos. Os sintomas incluem fadiga, calafrios e sinais semelhantes aos da gripe. Embora a maioria das pessoas consiga se recuperar, a malária pode gerar complicações graves, como convulsões e falência renal. Anualmente, cerca de 600 mil pessoas morrem de malária no mundo, tornando-a uma das doenças mais letais.
A malária era um problema comum nos Estados Unidos até a década de 1950, devido a condições climáticas favoráveis em regiões mais quentes durante o verão. No entanto, campanhas de saúde pública, como a aplicação de inseticidas e a remoção de locais de reprodução de mosquitos, eliminaram a doença do território americano. Desde então, quase todos os casos relatados foram relacionados a viagens para áreas endêmicas.
O vetor da malária é o mosquito Anopheles, cuja presença é comum em Nova Jersey. As autoridades investigam a origem do novo caso, considerando a possibilidade de uma pessoa infectada que retornou de viagem, sendo mordida por um mosquito, e este, por sua vez, infectando outro ser humano. Em média, cerca de 100 casos de malária relacionados a viagens são reportados anualmente no estado.
Enquanto o risco de uma epidemia local é considerado baixo, as autoridades de saúde enfatizam a importância da prevenção de picadas de mosquito. Outras doenças transmitidas por mosquitos nos EUA incluem o vírus do Nilo Ocidental e a dengue. Medidas eficazes de prevenção incluem o uso de repelentes e roupas de mangas longas. Além disso, a limpeza de áreas em torno das casas pode ajudar a evitar a proliferação de mosquitos.
“Apelo ao público para que continue retirando água parada ao redor de suas propriedades”, disse Shawn M. LaTourette, comissário do departamento ambiental de NJ, em um comunicado. “Esta simples, porém necessária, ação contribuirá para melhorar a qualidade de vida e protegerá a saúde pública.”