O secretário de Saúde dos Estados Unidos anunciou a suspensão de US$ 500 milhões destinados a pesquisas sobre vacinas de RNA mensageiro (RNAm), uma decisão que pode expor o mundo a sérios riscos, especialmente considerando a iminente ameaça do vírus da gripe aviária, H5N1.
Essa medida é um reflexo das políticas de Donald Trump, que em seu primeiro mandato liberou bilhões de dólares para o desenvolvimento de vacinas como as produzidas por Pfizer/BioNTech e Moderna. Estas vacinas foram cruciais no combate à pandemia de Covid-19, demonstrando a eficácia da tecnologia de RNA mensageiro, a qual não havia sido testada antes da pandemia. A decisão de cortar verbas em um momento tão crítico é alarmante, segundo especialistas.
O movimento antivacina, liderado, entre outros, por Robert Kennedy Jr., aliado de Trump e amplamente conhecido por suas crenças pseudocientíficas, alega sem evidências que a tecnologia de RNAm poderia causar mutações e prolongar pandemias. Apesar de RKJ ter inicialmente apoiado campanhas de vacinação, sua influência negativa parece ter prevalecido, levando a nova política de cortes.
A retirada do financiamento ocorre em um cenário preocupante, já que o H5N1 se aproxima da possibilidade de contágio humano. Há projetos da Moderna que visam desenvolver uma vacina contra esse vírus, agora comprometidos com a suspensão de recursos. Rebecca Katz, ex-assessora de segurança sanitária do Departamento de Estado, descreveu a medida como "um ferimento autoinfligido em um órgão vital", enfatizando a gravidade da situação.
O H5N1 foi identificado pela primeira vez em rebanhos bovinos nos EUA em março de 2024, espalhando-se por 17 estados e apresentando um potencial catastrófico, especialmente se ocorrer transmissão entre humanos. Com 11 mortes já registradas, o risco de uma pandemia se torna mais tangível a cada dia.
A produção de vacinas de RNAm envolvem complexidade técnica elevada que, embora possa existir em outros países, não se desenvolve na rapidez necessária para contrabalançar os efeitos do corte. A aliança entre Trump e Kennedy Jr. é preocupante, pois coloca em risco o avanço científico necessário para proteger a saúde pública global.