Polícia Federal Investiga Repasses Milionários de Bolsonaro
A Polícia Federal (PF) está investigando o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo, por supostas fraudes financeiras envolvendo repasses de recursos aos Estados Unidos. Na investigação de 170 páginas, a PF detalha mecanismos utilizados pelo pai e filho para ocultar os valores destinados ao deputado americano, que seriam usados para pressionar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao julgamento de uma tentativa de golpe de Estado.
Transferências e Ocultação de Recursos
De acordo com o relatório da PF, desde o início de 2025, Bolsonaro realizou seis transferências fracionadas que totalizam 111.000 reais. A intenção seria evitar o acionamento de mecanismos de controle financeiro e legal que poderiam rastrear os repasses. Além disso, mesmo com a proibição de deixar o país, o ex-presidente teria utilizado quase 106.000 reais para comprar moedas em dólar, também de forma fracionada.
Prazo e Frequência dos Saques
Outro achado importante da PF foi a quantidade de saques realizados por Bolsonaro em moeda nacional. Ao longo de 2025, o ex-presidente fez 40 operações, que totalizaram 130.800 reais. Essas transações ocorreram tanto em caixas eletrônicos quanto em atendimento presencial, o que levanta suspeitas sobre a origem e a destinação dos valores.
Repasses às Esposas como Estratégia de Dissimulação
A investigação também revelou que Jair e Eduardo Bolsonaro fizeram repasses de dois milhões de reais cada para contas de suas esposas, Michelle e Heloísa Bolsonaro. Esse movimento tinha como objetivo dificultar a rastreabilidade do dinheiro, utilizando as contas das esposas como uma forma de passagem para os valores. A PF estabelece que esse conjunto de evidências indica uma estratégia intencional de dissimulação dos recursos, em apoio a atividades ilícitas.
Conclusão do Relatório da PF
A PF concluiu que as evidências relativas aos dados financeiros de Jair e Eduardo corroboram a utilização de diversos artifícios para obscurecer a origem e o destino do dinheiro, com o objetivo de financiar e dar suporte às atividades do parlamentar licenciado no exterior. A investigação aponta que tanto o ex-presidente quanto seu filho atuaram de forma coordenada para alcançar resultados ilícitos, utilizando estratégias idênticas para o fracionamento e repasse dos valores recebidos.