Um trecho do Rio Tietê em Glicério, interior de São Paulo, está enfrentando sérios problemas com a proliferação de algas, que tem causado mau cheiro e alarmado a comunidade local. A situação, que se agravou desde sexta-feira (15), é objeto de preocupação para os moradores, que testemunham a deterioração da qualidade da água.
De acordo com Marcelo Oliveira, biólogo e especialista na área, as algas observadas neste período são distintas das que surgiram anteriormente, provocando o fenômeno conhecido como "água verde". Esse fenômeno é resultado de um excesso de nutrientes presentes na água, que alimentam o crescimento descontrolado das algas.
Os relatos de moradores indicam uma significativa piora na qualidade da água do rio, que apresenta uma coloração verde e exala odores desagradáveis. Além disso, a proliferação de macrófitas aquáticas, plantas que flutuam na superfície e possuem raízes submersas, contribui para a obstrução de partes do curso do Rio Tietê.
O biólogo destaca a importância de implementar medidas eficazes para conter o crescimento descontrolado dessas algas. Ele propõe a necessidade de aumentar as matas ciliares e adotar um manejo sustentável do solo, além da criação de políticas públicas que incentivem o recolhimento das plantas em decomposição, possibilitando sua utilização para compostagem, semelhante ao que ocorre em áreas de balneário.
A situação não é exclusiva de Glicério. Na região de Salto, por exemplo, a água do Rio Tietê também apresentou tonalidades escuras, além de acúmulos de espuma, gerando preocupação entre pescadores e turistas locais. Imagens de satélite indicam que o rio está se transformando em um "tapete verde", o que ressalta a gravidade do problema.
Para enfrentar a situação, o Grupo de Fiscalização Integrada das Águas do Rio Tietê (GFI-Tietê) está intensificando suas ações de fiscalização. Com nova operação e planejamentos em andamento, a iniciativa busca integrar órgãos fiscalizadores e comitês de bacias, além de prefeituras. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) também está atenta, realizando monitoramentos regulares e já contabiliza 407 coletas de amostras de água e 134 vistorias em estações de tratamento e indústrias na região.