Direita em Ascensão nas Pesquisas
A corrida pela presidência da Bolívia está marcada por um cenário inusitado: pela primeira vez em 20 anos, a direita se apresenta como favorita para vencer as eleições. Os candidatos de oposição, Samuel Doria Medina e Jorge “Tuto” Quiroga, lideram as pesquisas em meio a um contexto de crise econômica e descontentamento social que enfraquece o Movimento ao Socialismo (MAS), o partido do ex-presidente Evo Morales, atualmente foragido.
Divisão e Crise no MAS
A situação do MAS é crítica, especialmente com Evo Morales escondido na região cocaleira do Chapare desde que uma ordem de detenção foi emitida em 2024 por supostos crimes. Essa realidade criou um vácuo de poder que favorece os candidatos de oposição. Nas mais recentes pesquisas da Ipsos-Ciesmori, Medina aparece com 21,2% das intenções de voto, enquanto Quiroga está logo atrás com 20%.
Desafios da Direita
Apesar da vantagem nas pesquisas, os candidatos de direita enfrentam desafios significativos, incluindo a falta de apoio popular e uma forte resistência social. O contexto socioeconômico atual é preocupante, com inflação alta e um déficit fiscal alarmante. Além disso, a expectativa é que a vitória de um candidato de direita possa gerar tensões, já que o MAS ainda conta com uma base fiel, especialmente entre as populações indígenas.
O Que Esperar das Eleições
As próximas eleições, marcadas para 18 de dezembro de 2025, acontecem em meio a um clima de incertezas. Os especialistas apontam que a possível vitória de Medina ou Quiroga poderá provocar um ajuste econômico que atinge diretamente as classes mais baixas, fomentando um cenário de conflito social. O voto obrigatório no país e a presença da União Europeia como observadora das eleições visam garantir um processo democrático, mas o risco de violência permanece.
A Nova Realidade Política da Bolívia
A Bolívia, com sua sociedade corporativista forte, pode encarar uma nova fase política que trará desafios diversos, tanto para a direita que busca governar quanto para a esquerda que está perdendo força. Com Evo Morales ainda presente no cenário, mas como uma figura foragida, ele promete manter a mobilização de seus apoiadores, complicando ainda mais a dinâmica política do país.
Perspectivas Futuras
O que fica claro é que a eleição de 2025 não apenas decidirá quem ocupará a presidência, mas também possivelmente marcará uma nova era para a política boliviana. O futuro do país dependerá das decisões dos novos líderes e da capacidade de equilibrar as demandas sociais em um cenário econômico difícil.