Donald Trump manifestou sua intenção de abolir o voto por correio e as urnas eletrônicas antes das eleições de 2026, alegando, sem apresentar evidências, que essa modalidade de votação foi uma fonte de fraude nas eleições presidenciais de 2020, que perdeu para Joe Biden.
O ex-presidente dos Estados Unidos anunciou, durante uma declaração recente, que liderará um movimento para cumprir essa proposição, através da assinatura de uma ordem executiva que, segundo ele, visa garantir a "honestidade" nas eleições. Essa posição contrasta com a ampla aceitação e o uso generalizado do voto por correio em diversos estados americanos e em outros países ao redor do mundo.
Trump afirmou que as diretrizes federais devem ser seguidas pelos estados na contagem dos votos, enfatizando sua oposição ao voto por correspondência. Ele considera que essa prática, usada por muitos eleitores, inclui riscos relacionados à veracidade dos resultados.
Apesar de os republicanos terem obtido ganhos expressivos nas eleições de 2024, ele continua a criticar o voto por correio. Em sua postagem na rede social Truth Social, Trump expressou sua indignação sobre a questão: "A farsa do voto por correio e as máquinas de votação, que considero um desastre completo, devem terminar agora!" Ele denunciou a imprecisão e os custos associados a essas máquinas de votação.
Contrariando sua afirmação de que os EUA são únicos na utilização do voto por correspondência, Trump ignora que diversos países, incluindo Canadá, Reino Unido e Alemanha, adotam essa modalidade.
Em um contexto mais amplo, Trump delineou sua visão de que os estados devem seguir as orientações do Governo Federal na contagem e tabulação dos votos. Sua recente declaração sobre o apoio do presidente russo, Vladimir Putin, à sua argumentação, levanta questionamentos sobre a veracidade de suas alegações a respeito da suposta fraude nas eleições de 2020.
Estudos mostram que a desconfiança em relação ao voto por correio e à votação antecipada nas eleições anteriores contribuiu para que os democratas alcançassem vantagens significativas. Em 2020, enquanto menos de 10% do eleitorado utilizava o voto por correspondência, esse número cresceu para cerca de 50% durante a pandemia, mantendo-se em aproximadamente um terço nas eleições de 2022.
De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a votação por correio é considerada uma alternativa que pode aumentar a participação dos eleitores, especialmente de pessoas com deficiência, pais, e trabalhadores com longas jornadas, permitindo um maior tempo para pesquisarem sobre os candidatos antes de decidirem seu voto.