A sufragista maceioense Almerinda Farias Gama será imortalizada no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, em um reconhecimento merecido pela sua contribuição à luta pelo voto feminino. A decisão de incluir seu nome no Livro de Aço representa não apenas uma homenagem individual, mas também um tributo às mulheres que se dedicaram à conquista de direitos essenciais no Brasil.
O anúncio foi feito em uma reunião, na tarde de terça-feira, 21, entre a ativista Arísia Barros e o deputado federal, Paulo Fernandes, conhecido como Paulão. Durante a conversa, foram discutidas estratégias para inserir as políticas antirracistas de Alagoas na esfera nacional, além da importância de resgatar a memória de figuras emblemáticas como Almerinda.
Coordenadora do Instituto Raízes de África, Arísia Barros ressaltou as iniciativas desenvolvidas pelo Programa Maceió é Massa Sem Racismo, que busca popularizar a imagem e a história de Almerinda na memória contemporânea do Estado. A sufragista, que além de jornalista e sindicalista, foi tradutora e poetisa, é reconhecida como um símbolo do feminismo negro, tendo atuado ao lado de Bertha Luz em conquistas decisivas para as mulheres, completando 93 anos desde que o voto feminino foi conquistado.
Durante a reunião, Arísia solicitou ao deputado Paulão que liderasse o processo de protocolar a inclusão do nome de Almerinda Gama na Câmara Federal, um passo necessário para seu registro no Livro de Aço. Este livro, criado em 1992, abriga os nomes de personalidades fundamentais para a liberdade e a democracia no Brasil, registrados em páginas de aço e guardados no Panteão da Pátria, localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Para que um novo nome seja adicionado ao Livro, é necessário que uma lei seja aprovada no Congresso. Paulão, membro da Bancada Negra da Câmara, reafirmou seu compromisso com a inclusão de Almerinda Gama, sublinhando a importância de sua figura na história do país.
O processo de imortalização de Almerinda Farias Gama no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é um passo significativo para reconhecer e valorizar as contribuições das mulheres na luta por direitos civis e igualdade. Com esta homenagem, a história de Almerinda se torna parte da memória coletiva do Brasil, emocionando não apenas a ativista, mas todos que reconhecem a importância de sua trajetória.