Morre figura central da música erudita brasileira
Morreu aos 86 anos, nesta sexta-feira (22), o renomado pianista Miguel Proença, conhecido internacionalmente por sua contribuição à música erudita no Brasil. Proença faleceu no Hospital São Vicente, no Rio de Janeiro, devido a falência múltipla de órgãos. O cantor Márcio Gomes confirmou a notícia ao blog do crítico musical Mauro Ferreira, do g1. O velório do artista está marcado para domingo (24), na Sala Cecília Meireles, das 10h às 14h.
A importância de Miguel Proença
“Miguel foi uma das pessoas mais queridas que já conheci, respirava arte”, recordou Márcio Gomes em uma homenagem nas redes sociais. O cantor destacou a amizade e a generosidade do pianista, ressaltando sua carreira brilhante como músico clássico e seu amor pela música popular. Seus momentos de alegria e risos ficarão eternamente na memória de quem o conheceu.
Trajetória e contribuições
Nascido em Quaraí, no Rio Grande do Sul, Proença se apaixonou pela música ainda na infância, ao ouvir melodias de um casarão próximo. No início de carreira, se apresentou em bares e festas gaúchas, conquistando posteriormente espaços em importantes palcos internacionais. Ele se dedicou a promover a música clássica no Brasil e, em sua juventude, estudou piano em Hamburgo e Hannover, na Alemanha.
Reconhecimento e obras
Proença gravou mais de 30 discos e colaborou com artistas renomados como o violinista italiano Salvatore Accardo e o flautista francês Jean-Pierre Rampal, além da atriz Bibi Ferreira. Notável pela semelhança com o ator britânico Anthony Hopkins, ele deixou sua marca não apenas pela sua música, mas pelo seu papel como educador e gestor cultural.
Gestão e projetos culturais
Proença foi diretor da Sala Cecília Meireles em duas ocasiões e também da Escola de Música Villa-Lobos. Entre 1983 e 1988, atuou como secretário municipal de Cultura do Rio e fundou a Orquestra de Câmara da Cidade do Rio de Janeiro. Em 2019, assumiu a Funarte, mas foi demitido após se posicionar em defesa da atriz Fernanda Montenegro contra críticas do dramaturgo Roberto Alvim.
Legado e despedida
Segundo Mauro Ferreira, "Ao sair de cena aos 86 anos, Miguel Proença deixa legado que extrapola a própria obra, abarcando a difusão do piano brasileiro em todo o solo nacional". O legado de Miguel Proença inclui três filhos: Paulo, Daniel e Laura, que continuarão a honrar sua memória e contribuição para a cultura brasileira.