Resumo do atentado e desdobramentos imediatos
Um atentado em Praia Grande, no litoral de São Paulo, tirou a vida do delegado Ruy Ferraz Fontes, figura de longa carreira na Polícia Civil, ocorrido por volta das horas próximas ao fim da tarde na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Nova Mirim, nas proximidades do Fórum. A Polícia Militar informou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência foi acionado e constatou a morte da vítima no local, enquanto equipes de perícia se deslocavam para analisar a cena.
Trajetória de Ruy Fontes
Ruy Fontes atuou por mais de quarenta anos na Polícia Civil, tendo sido delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022. Ao longo da carreira, desempenhou papel central no enfrentamento ao crime organizado e foi considerado pioneiro nas investigações sobre o PCC. Comandou divisões estratégicas como DEIC, DENARC e Homicídios, além de dirigir o Decap. Antes do atentado, ele ocupava o cargo de secretário de Administração de Praia Grande.
Detalhes do ataque e evidências encontradas
O delegado-geral de São Paulo, Arthur Dian, afirmou que os criminosos atiraram mais de vinte vezes durante o atentado. Carregadores de fuzil foram encontrados no local, corroborando a hipótese de ataque de alta violência.
Afirmou: Pelo que contamos, foram mais de 20 disparos efetuados aqui no local.A cena foi preservada para a perícia, e equipes estão em campo realizando diligências com apoio de ferramentas de inteligência para identificar, prender e responsabilizar os envolvidos, conforme informou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Vítimas adicionais e atendimento médico
A Prefeitura de Praia Grande informou que um homem e uma mulher que caminhavam pelo local também foram baleados e encaminhados pela equipe do Samu para a Unidade de Pronto Atendimento Quietude. Conforme o município, as vítimas não correm risco de morte e foram transferidas para o Hospital Municipal Irmã Dulce, na própria cidade.
Quem foi Ruy Ferraz Fontes
Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, Fontes possuía pós-graduação em Direito Civil. Ao longo da carreira, atuou em delegacias especializadas como o DHPP, o Denarc e o Deic. Foi no Deic, no início dos anos dois mil, como chefe da 5ª Delegacia de Roubo a Bancos, que iniciou investigações sobre o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura criminosa. Entre 2019 e 2022, comandou a Delegacia Geral do Estado, coordenando, entre outras ações estratégicas, a transferência de chefes do PCC de presídios paulistas para unidades federais, medida encarada como forma de enfraquecer a atuação da facção nas cadeias. Fontes também participou de cursos no Brasil, na França e no Canadá, e atuou como professor de Criminologia e Direito Processual Penal. Em 2023, assumiu a Secretaria de Administração de Praia Grande, cargo que ocupava até o momento do assassinato.
Perspectivas e implicações para a segurança pública
O caso reacende o debate sobre a atuação de organizações criminosas no estado e reforça a importância de ações coordenadas entre as forças de segurança. As investigações seguem em curso, com a PM e a SSP-SP trabalhando para identificar e prender os responsáveis, utilizando ferramentas de inteligência para sustentar as diligências e ampliar o controle sobre redes criminosas da região.