Resumo da ofensiva em Hodeida
O Exército de Israel bombardearou uma posição ligada aos Houthis no porto de Hodeida, no Iêmen, em resposta a ataques com drones e mísseis do grupo. A ofensiva faz parte de uma série de ações em várias frentes, incluindo Gaza e o sul do Líbano, ampliando a escalada no Oriente Médio.
Detalhes do ataque e acusações sobre o uso do porto
Em nota oficial divulgada após o ataque, o Exército afirmou que a operação buscava interromper o trânsito de armamentos iranianos usados contra Israel, destacando que o porto de Hodeida funciona como ponto de trânsito para esses armamentos, com grande parte dos portos do país e de suas estradas em condições precárias para o abastecimento humano.
O Exército informou ter atingido infraestruturas militares do grupo no porto de Hodeida, reforçando a narrativa de que o movimento Houthis usa aquele centro logístico para facilitar o envio de armamentos do regime iraniano com o objetivo de apoiar planos de ataques a Israel e aos seus aliados.
Resposta de Houthis e o que dizem as vias oficiais
Meios de comunicação controlados pelos Houthis confirmaram o ataque. A emissora al-Masirah noticiou uma série de incursões de aeronaves inimigas sobre o porto, constatando ao menos doze ataques que atingiram o cais.
Yahya Saree, porta-voz militar Houthis, afirmou que as defesas aéreas do grupo “causaram confusão significativa entre as aeronaves inimigas”, forçando algumas formações a deixar o espaço aéreo antes de prosseguir com a agressão. Segundo ele, houve um aviso prévio de retirada para civis.
O porta-voz Avichay Adraee, responsável pela comunicação em árabe, afirmou que quem permanecesse na área estaria colocando a vida em perigo, pedindo que civis retirassem suas embarcações do local.
Declarações oficiais de Israel
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que a Força Aérea bombardeou o porto para manter o cerco naval e aéreo contra a Houthis, adiantando que os insurgentes continuarão a sofrer consequências dolorosas por qualquer tentativa de atacar Israel.
Contexto regional e consequências
O Exército informou ter confirmado ações contra três inimigos do Eixo da Resistência nas últimas vinte e quatro horas, incluindo a nova etapa da operação terrestre contra o Hamas na Cidade de Gaza, e também ter eliminado um alvo do Hezbollah no sul do Líbano, segundo os militares.
Os Houthis, grupo apoiado pelo Irã, controlam grande parte do Iêmen, incluindo Sanaa, desde dois mil e quatorze. Eles vêm atacando Israel com mísseis e drones em solidariedade ao Hamas desde o ataque que o Hamas conduziu contra Israel em sete de outubro de dois mil e vinte e três. Eles também têm como alvo navios no Mar Vermelho, uma rota comercial vital que leva ao Canal de Suez, numa tentativa de pressionar Israel e seus aliados durante a campanha em Gaza.
Os Estados Unidos já realizaram vários ataques contra alvos houthis em resposta. Israel ampliou seus ataques aos Houthis recentemente, tendo matado o primeiro-ministro do grupo e alguns de seus ministros em bombardeios no mês passado. Na semana passada, Israel também atacou a capital Sanaa, mirando um prédio que abrigava a divisão de mídia dos houthis. Esse ataque em Sanaa e em outros alvos na província de al-Jawf deixou pelo menos quarenta e seis mortos, segundo o grupo.
A continuidade dessa série de ataques sugere uma escalada regional com riscos de envolvimento de outras potências regionais e ocidentais, potencialmente provocando impactos humanitários adicionais na população iemenita e na navegação no Mar Vermelho.