Brasília — O ex-presidente Jair Bolsonaro permanece internado em Brasília após sofrer uma crise de pressão baixa que motivou uma nova internação. Em nota divulgada pelo médico que atende Bolsonaro, Claudio Birolini, ele foi encaminhado ao hospital após apresentar mal-estar, queda da pressão arterial e vômitos. O relatório apresentado pela defesa de Bolsonaro ao STF também证au afirmou que houve um episódio de pré-síncope, condition descrita pela equipe médica como parte do quadro clínico recente do ex-presidente.
Entre as informações oficiais, a pré-síncope é definida como um estado de tontura ou de sensação de perda iminente de consciência, uma espécie de apagão transitório. O cardiologista Marcelo Franken, do Einstein Hospital Israelita, explica que esse tipo de episódio costuma se caracterizar pela percepção de que o desmaio está próximo, ainda que a pessoa não perca a consciência por completo. Franken observa que o quadro pode ter diversas causas, mas os sinais apresentados no caso de Bolsonaro são compatíveis com esse diagnóstico.
Causas e sintomas da pré-síncope
De modo geral, a pré-síncope ocorre em razão da queda da pressão arterial, o que reduz o fluxo sanguíneo para o cérebro e, consequentemente, pode provocar a sensação de desmaio iminente ou mesmo desmaio completo. O relatório médico citado pela defesa também aponta queda de pressão arterial como parte do quadro. Questionado pela reportagem, Franken acrescenta que quedas na frequência cardíaca podem contribuir para esse tipo de problema, ressalvando que cada caso requer avaliação individual.
Entre os principais sintomas associados à pré-síncope estão náuseas, mal-estar, vômito, tontura, escurecimento visual, palidez e sudorese fria, conforme descreve o cardiologista. Franken ressalta que o histórico médico recente de Bolsonaro pode ter contribuído para a internação, já que condições como anemia e desidratação são fatores que favorecem quedas de pressão e destabilização hemodinâmica.
Histórico médico recente
No fim de semana, o ex-presidente foi ao hospital para realizar procedimentos de retirada de lesões na pele. O boletim médico divulgado pelo hospital informa que foram retiradas cirurgicamente lesões cutâneas no tronco e no membro superior direito, sob anestesia local e sedação, sem intercorrências. A exerérese marginal de oito lesões de pele foi descrita pela instituição, que também informou que seria realizada biópsia das lesões retiradas no domingo e uma avaliação do tratamento complementar para Bolsonaro.
Exames realizados no hospital indicaram anemia e uma tomografia do tórax com imagem residual de pneumonia associada a broncoaspiração, o que dificultou o quadro respiratório no momento. O hospital informou ainda que Bolsonaro recebeu reposição de ferro por via endovenosa para tratar a anemia, um detalhe que reforça o cuidado multidisciplinar em curso.
Essa combinação de fatores clínicos — ansiedade do pós-operatório, anemia, desidratação e a recente intervenção cirúrgica — é cuidadosamente monitorada pela equipe médica. Em nota, a instituição informou que o monitoramento permanece adequado e que não houve intercorrências no período pós-operatório imediato.
Perspectivas e próximos passos
Com a internação atual, as equipes médicas avaliariam a evolução clínica de Bolsonaro, incluindo o manejo de desidratação e anemia já mencionados. As próximas etapas preveem a conclusão da avaliação do tratamento complementar para as lesões cutâneas e a condução de biópsias, conforme previsto no protocolo divulgado pelo hospital. A direção da equipe médica não informou uma data de alta neste momento, destacando a necessidade de acompanhar a resposta do ex-presidente ao tratamento e às condições clínicas associadas à internação.
As informações disponíveis indicam que a situação clínica segue sob vigilância, com foco na estabilidade clínica, na recuperação da função cardíaca e na resposta ao tratamento de anemia. O episódio de pré-síncope, associado à queda de pressão arterial e às condições já existentes, permanece como ponto central para entender o curso do quadro clínico e suas implicações no cuidado de Bolsonaro.