Ricardo Lopes Mira, um empresário de 54 anos, se tornou a primeira vítima confirmada de morte por intoxicação por metanol no Brasil. O caso, que ocorreu em São Paulo, chocou a comunidade, pois a intoxicação por metanol é altamente perigosa e muitas vezes fatal.
No dia 12 de setembro, Ricardo começou a se sentir mal e, após quatro dias de internação, faleceu em 16 de setembro no Hospital Villa Lobos, localizado na Zona Leste da capital. De acordo com o registro do óbito feito pela Polícia Civil, seu irmão foi avisado sobre seu estado crítico pela cunhada. Durante sua internação, Ricardo apresentou sintomas preocupantes, como rebaixamento da consciência, dificuldade para respirar e rigidez de nuca, além de quadro de intoxicação e edema cerebral.
Em nota, a Rede D’Or, que administra o hospital, ressaltou que não divulga informações sem autorização de pacientes ou familiares. A Secretaria Estadual da Saúde também divulgou um balanço alarmante, informando que o número de notificações de intoxicação por metanol subiu para 102 em São Paulo, incluindo casos confirmados e suspeitos. Destes, 11 foram confirmados, com 8 na capital, área que concentra a maior parte dos casos.
O Perigo do Metanol
O metanol é um tipo de álcool empregado em produtos químicos e solventes, mas quando ingerido, pode causar danos severos ao organismo. Ele ataca o fígado e se transforma em substâncias tóxicas que ameaçam a medula, o cérebro e até o nervo óptico, resultando em cegueira, coma e morte. As autoridades de saúde não divulgaram os nomes das outras vítimas, mas a cobertura da mídia tem trazido à tona histórias trágicas.
Casos Relacionados de Intoxicação
Entre os relatos mais impactantes, está o de Rafael Anjos Martins, um jovem de 28 anos que passou a viver em coma após consumir gin adulterado. Ele e amigos não desconfiaram da bebida e começaram a apresentar sintomas graves. Assim como ele, Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após consumir caipirinhas em um bar conhecido na Alameda Lorena.
Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, e Wesley Pereira, de 31 anos, também estão entre as vítimas que enfrentaram consequências severas após consumir bebidas supostamente contaminadas com metanol. O caso de Wesley, que ficou em coma após a festa, é um exemplo alarmante dos riscos que as bebidas adulteradas representam para a saúde. Marcelo Lombardi, um advogado de 45 anos, morreu depois de ingerir vodca contaminada, outra tragédia resultante da falta de fiscalização sobre bebidas.
Reflexões e Medidas Necessárias
A série de intoxicações por metanol têm gerado preocupações sobre a segurança das bebidas consumidas no Brasil. Especialistas e autoridades de saúde recomendam cautela ao adquirir bebidas alcoolicas e alertam sobre os perigos do metanol, principalmente em produtos que não são destinados ao consumo humano. As investigações sobre a origem dessas bebidas continuam e a expectativa é que as autoridades intensifiquem as medidas de fiscalização para proteger a população.