No dia 6 de outubro de 2025, o presidente da Catalunha, Salvador Illa, participou de seu segundo debate de política geral no Parlament. O foco do encontro é a construção de uma relação de confiança com a Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), seu principal aliado, enquanto a sessão se desenrola em meio a incertezas orçamentárias e um sistema de financiamento ainda indefinido.
O debate ocorre em um cenário onde os segundos orçamentos da legislatura ainda estão sem definição e os compromissos do Govern com a ERC e com os comuns permanecem em aberto. Illa deve enfrentar críticas da oposição unida, que vê em sua gestão falhas no atendimento às necessidades da população. A relação com este bloco de aliados tornouse tensa, principalmente após a posição da ERC de não negociar novas contas até que os compromissos de financiamento e habitação sejam cumpridos.
Durante o final de semana, Illa se reuniu com seus assessores para elaborar um discurso que destaque os avanços em sua gestão, como as obras de reforma na extensa linha ferroviária Rodalies. Ele pretende também traçar uma visão para o fortalecimento dos serviços públicos, refletindo sobre as promessas feitas anteriormente no passado.
Um dos pontos centrais do debate será a questão habitacional. O ano passado, Illa havia anunciado a construção de 50.000 novas habitações. Agora, os municípios cederam 700 terrenos para a construção de 22.000 novos lares. O governo também lançou iniciativas de crédito para jovens, permitindo que pessoas com menos de 35 anos adquiram imóveis com condições facilitadas, visando a inclusão no mercado habitacional.
As perspectivas de um anúncio durante o discurso são altas, especialmente em relação a um potencial diálogo com a ERC. Apesar do avanço nas discussões sobre o fortalecimento da Agência Tributária Catalana e a mudança no cronograma de arrecadação do IRPF, o clima de desconfiança permanece. Junqueras, líder da ERC, expressou insatisfação com a falta de atenção às promessas de governança, castigo que a AENA enfrenta por não seguir acordos previos no pacto de investidura.
A relação de Illa com os comuns também não é fácil. No ano passado, a ausência de um orçamento foi contornada através de suplementações de crédito. Recentemente, Jéssica Albiach, líder desse grupo político, manifestou que não há condições favoráveis para novas negociações. O representante do espaço, David Cid, observou que os recursos disponíveis poderiam ser mais bem utilizados para criar soluções para os problemas que crescem nas áreas de saúde e habitação, como as listas de espera e a sanção de infratores da lei do aluguel.
Por outro lado, o partido Junts, atuando como principal opositor, tem se mostrado crítico em relação à gestão de Illa. Albert Batet, líder parlamentar, acusou-o de desvirtuar a identidade catalã e falhar na entrega de orçamentos fundamentais. A insatisfação inclui falhas na gestão de Rodalies e promessas não cumpridas em relação ao financiamento e à alocação de recursos para a educação.
As possíveis reações da oposição a Illa levam a questionamentos sobre a sua capacidade de manter uma governança eficaz. O PP declarou que o presidente deveria renunciar caso não consiga aprovar os novos orçamentos, reiterando as críticas às supostas contradições e ineficiências de sua administração em diversos temas, de sua proposta de amnistia até a sua abordagem em projetos significativos como o Hard Rock e o Cuarto Cinturón.