Estudo Revela Detalhes sobre Emissões de CO₂ em Cidades
Um estudo inovador publicado na revista AGU Advances e liderado por D. Y. Ahn, trouxe à tona dados surpreendentes sobre as emissões de dióxido de carbono (CO₂) em 54 cidades ao redor do mundo, entre elas São Paulo e Rio de Janeiro. Utilizando satélites, cientistas puderam mapear e analisar diretamente a pegada de carbono das áreas urbanas, revelando contrastes significativos nas emissões de CO₂.
Metodologia do Estudo e Resultados Surpreendentes
O estudo fez uso do satélite OCO-3 (Orbiting Carbon Observatory-3), acoplado à Estação Espacial Internacional, para proceder a medições atmosféricas detalhadas. Os pesquisadores também integraram dados do satélite TROPOMI, que mede níveis de dióxido de nitrogênio (NO₂), fortalecendo a correlação entre atividades humanas e emissões de CO₂. Os resultados indicam que Tóquio é a cidade que mais emite CO₂, enquanto Roterdã apresenta os menores níveis.
Comparação entre Medições por Satélite e Estimativas Tradicionais
Os cientistas compararam as medições espaciais com estimativas tradicionais do método bottom-up, que considera o consumo energético e dados locais para calcular as emissões. Descobriu-se que as estimativas convencionais tendem a superestimar as emissões em cidades do Leste e Sudoeste da Ásia, enquanto nas da África, Europa e América do Norte costumam subestimar. Com isso, em média, valores coletados por inventários chegam a estar 45% abaixo dos dados coletados por satélite, um resultado que sugere erros compensatórios nas estimativas.
Correlação entre Densidade Populacional e Emissões
Outro achado importante foi a identificação de uma correlação inversa entre densidade populacional e emissões per capita. Cidades com menos de 5 milhões de habitantes apresentam cerca de 7,7 toneladas de CO₂ por pessoa, enquanto aquelas com mais de 20 milhões emitem uma média de apenas 1,8 tonelada. Além disso, há uma relação entre emissões e desempenho econômico, com municípios de renda mais alta mostrando uma menor intensidade de carbono por dólar gerado.
A Implicação nas Políticas Climáticas Urbanas
Os pesquisadores enfatizam que este avanço metodológico permitirá uma maior precisão nos inventários urbanos de emissões, possibilitando que cidades ajustem suas políticas climáticas com base em dados reais e localizados. Como afirmam os autores do estudo: “nossas descobertas ressaltam o papel crescente dos dados de satélite na verificação das emissões urbanas de CO₂ e no apoio aos esforços de mitigação.” Essa perspectiva oferece caminhos mais efetivos para políticas ambientalmente sustentáveis nas cidades.
Investir em tecnologias de monitoramento como estas pode ser um passo vital na luta contra as mudanças climáticas, garantindo que estratégias de mitigação sejam baseadas em informações precisas.