O Governo de São Paulo intensificou suas ações contra a adulteração de bebidas após tragédias causadas pelo metanol, cuja origem está em investigação. Este foco emergiu de um panorama alarmante: mortes relacionadas ao consumo de bebidas adulteradas, revelando um mercado ilegal que operava por trás das cortinas até que a crise se tornou evidente.
Os dados mais recentes indicam que o movimento nos bares caiu drasticamente após os incidentes com metanol. Garrafas vazias e materiais falsificados, que antes eram vendidos sem restrições, estão agora sob a mira das autoridades. A Polícia Federal busca acesso a garrafas apreendidas para realizar análises isotópicas, essenciais para identificar a origem do metanol letal e impedir novos casos fatais.
Até recentemente, a venda de garrafas vazias de bebidas como uísque, gim e vodca estava disponível em plataformas de compra convencionais. Uma pesquisa revelou que galpões na Zona Leste de São Paulo continham mais de 100 mil garrafas usadas prontas para serem preenchidas com líquidos adulterados. Além disso, empresas na região do ABC forneciam insumos para a falsificação como lacres e etiquetas, todos implicando em uma rede criminosa que atuava com a complacência das autoridades.
As mortes ocorridas recentemente levantaram uma questão crucial: por que o combate a esse crime não foi uma prioridade antes? Relatos indicam que, mesmo com estudos acadêmicos sobre os impactos econômicos do comércio ilegal de bebidas, ações efetivas só foram tomadas após a tragédia. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, deu uma pista ao mencionar a possível ligação com operações contra o PCC, que utilizavam metanol para adulterar combustíveis. Existe uma linha de investigação que sugere que o metanol, que anteriormente ia para os postos de gasolina, acabou sendo direcionado para bares após operações policiais.
A substância, perigosa e de origem fóssil, pode ter sido colocada nas garrafas de forma inadvertida, maslevanta uma preocupação significativa sobre a fiscalização do comércio de bebidas. A Polícia e o governador de São Paulo descartaram a responsabilidade direta do PCC nesta questão, embora o metanol possa ter vindo de suas operações.
O que pode esclarecer a situação é a perícia em amostras de metanol encontrado nas bebidas adulteradas. A Polícia Federal possui a tecnologia para analisar isótopos, mas precisa do acesso às garrafas apreendidas para fazer o rastreamento. Recentemente, a PF solicitou à polícia científica de São Paulo o acesso a essas amostras, enfatizando a prioridade de investigar a conexão entre os casos em São Paulo e em outras partes do país. As investigações em andamento visam garantir que tragédias como estas não se repitam, ressaltando a urgência de uma resposta efetiva do governo e a vigilância contínua nas práticas do comércio de bebidas.