Presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, buscam restabelecer uma nova relação diplomática após um período conturbado repleto de acusações e a crise gerada pelo tarifaço. Na última segunda-feira, dia 6, ambos trocaram números de telefone pessoais, como parte das tentativas de Lula de criar um canal direto de comunicação.
A iniciativa, liderada por Lula, marca uma nova fase nas relações entre os dois líderes, que enfrentaram desafios diplomáticos nos últimos meses. Embora o presidente brasileiro tenha afirmado que ele e Trump não necessitam de intermediários para implementar boas ações para seus países, a prática comum sugere que até as comunicações mais informais costumam ocorrer através de assessores.
Lula, que não possui um celular pessoal, forneceu o número do embaixador Fernando Igreja, responsável pelo cerimonial do Palácio do Planalto, para contato. De acordo com interlocutores, também foi compartilhado o número de um assessor próximo a Trump. O protocolo diplomático normalmente recomendado prevê que essas comunicações sejam estruturadas adequadamente.
A aproximação entre os dois presidentes é vista como um passo significativo, já que a comunicação direta foi um dos pontos discutidos oficialmente na nota do governo brasileiro. Em uma entrevista à TV Mirante, Lula enfatizou a importância dessa conexão direta, sugerindo que poderia trazer benefícios para o Brasil e os Estados Unidos.
Porém, as ligações entre chefes de Estado têm uma sequência de protocolos exigidos para sua realização, que incluem o desejo de ambas as partes de conversar, assessoria e negociação para definir a pauta, e também a presença de tradutores, já que Lula não fala inglês e Trump não fala português.
A ligação entre Lula e Trump, ocorrida na última segunda-feira, foi a primeira desde a eleição de Trump em 2024, e representa uma tentativa contínua de estabelecer relações mais amigáveis e colaborativas entre os dois países. Com suporte do Ministério das Relações Exteriores e do Palácio do Planalto, as tratativas para o contato foram realizadas em paralelo com a administração americana, demonstrando o comprometimento em restabelecer diálogos significativos.
As ligações oficiais entre líderes são altamente codificadas, e o processo padrão inicia-se com o interesse de um lado em estabelecer a conversa, seguido de negociações e a definição da agenda. Cada passo do processo envolve trâmites delicados, e o tempo para a realização da chamada pode variar, dependendo da urgência e relação entre os presidentes.
A troca de telefones não apenas simboliza uma abertura para novos diálogos, mas também a intenção de trabalhar colaborativamente em questões de interesse mútuo, apontando para um futuro de cooperação entre Brasil e Estados Unidos, a partir de um contato mais próximo e menos protocolar.