Luanny Mendes, uma menina de 8 anos, fez um emocionante relato após completar 24 meses em remissão de um tumor de Wilms, um câncer renal raro entre crianças, e de um tumor pulmonar. Diagnosticada aos 4 anos, Luanny enfrentou febres recorrentes, perda de apetite e um leve inchaço na barriga, que a levaram a consultar médicos. Após encontrar uma massa de 12 centímetros em seu rim esquerdo, a menina iniciou um longo percurso de tratamento, que incluiu cirurgias, quimioterapia e até um transplante de medula autóloga.
A sua mãe, Sandra Mendes, descreve o retorno de Luanny à infância como um verdadeiro milagre. "Vê-la sorrindo, brincando, sendo criança de novo, é um milagre. Eu olho pra ela hoje e vejo uma força que nem sei explicar", afirmou com emoção. A trajetória de Luanny foi marcada por momentos difíceis, incluindo a descoberta de nódulos em seus pulmões, que resultaram em tratamento intensivo e uma segunda fase delicada de sua recuperação.
A pediatra Cibele Cristina Castilho, que acompanha o caso, afirmou que o tumor de Wilms, apesar de raro, é o câncer renal mais comum na infância e, quando diagnosticado precocemente, oferece altas taxas de cura. Luanny, no entanto, enfrentou os desafios de ter um diagnóstico avançado, exigindo tratamento imediato e intenso.
O tratamento de Luanny não foi fácil. Após quatro sessões de quimioterapia e a remoção de seu rim afetado, a família viveu um ano de intensa rotina hospitalar, com medicações e efeitos colaterais. Sandra relembra a angustiante experiência de ver a filha em sofrimento: "Foi muito difícil. Era ver ela passar mal, perder o cabelo, mas continuar sorrindo. E cada sorriso dela me dava força para continuar." O famoso toque do sino, que simboliza a cura entre os pacientes oncológicos, se tornou um alívio e uma nova esperança para a família.
Meses depois, com o surgimento de novos nódulos, Luanny atravessou uma nova fase com quimioterapia mais agressiva e a necessidade de um transplante de medula. "Naquela noite, eu ajoelhei e pedi pra Deus não levar minha menina", recorda Sandra, que viu sua filha lutando bravamente. Graças a um transplante bem-sucedido, Luanny agora celebra duas datas especiais: seu aniversário e o dia em que a nova medula se estabeleceu, simbolizando seu renascimento.
Atualmente, após tocar o sino mais uma vez, Luanny leva uma vida normal, retornando à escola e participando de atividades como balé e natação. Sua história de superação é um testemunho de fé e resiliência, e um lembrete de que o diagnóstico não é o fim. "Hoje, quando olho pra Luanny, vejo um milagre andando pela casa", finaliza Sandra, cheia de gratidão e esperança.