Em um cenário onde a demanda por tecnologia continua a crescer, o CEO da Atlassian, Mike Cannon-Brookes, afirmou que a empresa está em busca de aumentar sua equipe de engenheiros, ao invés de reduzi-la. Em um episódio do podcast "20VC" divulgado na última segunda-feira, ele enfatizou que a criação de novas tecnologias exige um aumento na quantidade de desenvolvedores. "Daqui a cinco anos, teremos mais engenheiros trabalhando para nossa empresa do que temos hoje", declarou.
Cannon-Brookes destacou que a eficiência dos engenheiros aumentará, mas a criação de tecnologia não é limitada pela quantidade de saída de trabalho. O CEO acredita que sempre haverá novas ideias surgindo para a tecnologia, o que reforçará a necessidade de engenheiros para concretizá-las. "Talvez sejam ideias ruins, talvez boas. Gosto de ser otimista e pensar que teremos muito mais tecnologia, e também tecnologia de melhor qualidade", acrescentou.
A Atlassian, fundada em 2002 por Cannon-Brookes e Scott Farquhar, é amplamente conhecida pelo Jira, um software de acompanhamento de projetos e incidentes. De acordo com registros regulatórios, a empresa contava com 13.813 funcionários em tempo integral em junho, um aumento de cerca de 14% em relação ao ano anterior.
O CEO expressou ainda otimismo em relação aos novos graduados em ciência da computação. Ele revelou que a Atlassian está contratando mais novos formados este ano do que nos anos anteriores, impulsionada pela necessidade de reforçar suas equipes de pesquisa, desenvolvimento e engenharia. "Há uma boa chance de que esses graduados tragam uma nova perspectiva sobre o que significa ser um desenvolvedor de software, renovando o panorama atual do talento de maneira positiva para o meu negócio", disse.
Cannon-Brookes também reforçou que a ascensão de ferramentas de vibe coding, que se referem à programação assistida por inteligência artificial, não indica uma diminuição na demanda por profissionais de tecnologia. Um representante da Atlassian informou que foram contratados 95 novos graduados no intake de fevereiro de 2025 e 108 para iniciar em fevereiro de 2026.
Estou acompanhado de outros líderes do setor, que defendem que o vibe coding não é uma ameaça para os engenheiros de software. Em abril, Varun Mohan, então CEO da Windsurf, afirmou que usar vibe coding não significa que as empresas devem contratar menos engenheiros. "Os engenheiros passam mais tempo do que apenas escrever código. Eles revisam, testam, depuram, desenham e implantam código", disse em uma entrevista.
Bob McGrew, ex-diretor de pesquisa da OpenAI, também comentou em um podcast de junho que os engenheiros profissionais de software ainda não estão ameaçados pelo vibe coding. "Se você recebe uma base de código que não entende — essa é uma pergunta clássica da engenharia de software — isso é uma responsabilidade ou um ativo?", questionou McGrew sobre o software criado com ferramentas de vibe coding. "E a resposta clássica é que isso é uma responsabilidade".