O assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes, que ocorreu há um mês, continua sem respostas definitivas, enquanto as investigações revelam detalhes intrigantes. Fontes, que exercia a função de secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, foi brutalmente morto na noite de 15 de setembro, sendo alvo de pelo menos 12 tiros disparados por um fuzil.
De acordo com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, o crime foi orquestrado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). Até o momento, seis pessoas foram detidas por envolvimento no assassinato, e duas continuam foragidas. Um dos suspeitos, Umberto Alberto Gomes, foi morto em confronto com a polícia.
As investigações estão sendo conduzidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que busca identificar todos os envolvidos na execução. Dois dos suspeitos detidos são Felipe Avelino da Silva, conhecido no PCC como Mascherano, e Luiz Henrique Santos Batista, apelidado de Fofão, ambos com participação direta na logística do crime.
Detalhes sobre o assassinato de Ruy Fontes
Relatos indicam que Ruy Ferraz Fontes estava sob monitoramento por mais de um mês antes de seu assassinato, com imagens de câmeras de segurança revelando um planejamento premeditado. Veículos utilizados na execução já haviam sido avistados na região antes da morte do ex-delegado, e a polícia realizou buscas em casas alugadas que apresentavam ligações com os suspeitos.
Suspeitos Detidos e Foragidos
A lista de detidos inclui Willian Silva Marques, dono da casa em Praia Grande de onde um fuzil pode ter sido adquirido, e Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar, que se entregou à polícia dias após o crime. Outras duas pessoas estão foragidas: Flávio Henrique Ferreira de Souza e Luis Antonio Rodrigues de Miranda, ambos com conexões diretas ao crime.
Quem foi Ruy Ferraz Fontes?
Ruy Fontes foi delegado-geral de São Paulo entre 2019 e 2022, destacando-se no combate ao crime organizado e na neutralização do PCC. Após se aposentar em 2023, continuou recebendo ameaças devido à sua atuação na segurança pública. Um relatório que veio à tona recentemente mostrou dez planos de atentados contra autoridades, levantando questões sobre a continuidade das ameaças mesmo após sua aposentadoria.
Motivações por trás do crime
As investigações apontam que as motivações por trás da execução de Ruy Fontes podem ser duas: vingança em razão de sua luta histórica contra o PCC, ou reações a suas ações como secretário municipal. Questões envolvendo uma licitação da Prefeitura de Praia Grande, com valor em torno de R$ 24 milhões, também suscitam especulações sobre possíveis interesses financeiros por parte de criminosos.
Implicações e Possíveis Conexões com o PCC
Um dos objetivos da investigação é esclarecer a participação do PCC no assassinato e ligações de outros criminosos, como Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido como Azul, que é visto como um importante membro da facção na região. As circunstâncias do crime e a falta de proteção para Ruy Fontes levantam preocupações sobre como ex-policiais lidam com as ameaças após a aposentadoria, uma vez que a legislação não prevê escolta para eles, mesmo em situações de risco.
As autoridades continuam urgentes em descobrir a verdade sobre o caso de Ruy Ferraz Fontes, com o tempo levando a necessidade de respostas mais contundentes sobre os responsáveis e as motivações que levaram a essa tragédia.