Benjamin Leong, aos 31 anos, deixou a medicina tradicional chinesa para se tornar engenheiro de IA, experimentando um aumento salarial de 30% em sua nova função em uma startup de medtech. Em conversa com o Business Insider, ele revela como se adaptou a esse novo papel e argumenta que a entrada no setor de IA não é tão difícil quanto parece.
O interesse de Leong pelo campo médico começou na sua juventude, embora não tenha conseguido ingressar na escola de medicina. Optou pela medicina tradicional chinesa como alternativa, que lhe proporcionou a oportunidade de atuar como clínico, mas em um papel diferente. Durante seus estudos, ele teve uma experiência marcante em um módulo de bioestatística, onde começou a compreender a interseção entre a programação e o trabalho computacional. No entanto, foi somente meses antes de seu exame de licenciamento em 2020 que ele se lançou em um curso intensivo de Python, despertando sua paixão pela programação.
Em 2022, decidiu assumir um diploma em ciência da computação em regime de meio período, enquanto ainda praticava medicina. Essa decisão o conectou a uma empresa de IA em medtech, onde pôde mesclar suas habilidades. O resultado foi sua efetivação como engenheiro de IA em 2024, uma carreira que ele considera uma combinação ideal de seus interesses anteriores.
Adaptação à mentalidade de engenheiro
Leong observa que as funções de um médico e de um engenheiro são bastante distintas. O médico interage diretamente com pacientes, enquanto o engenheiro se concentra em gestão de projetos e objetivos de longo prazo, algo crucial em um ambiente de startup. "A engenharia requer que você se familiarize com controle de versão, DevOps e gerenciamento de projetos", explica. Ele também ressalta a importância de aprender a trabalhar com equipes técnicas, lidar com fluxos de trabalho e entender as necessidades do aplicativo que está sendo desenvolvido.
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Habilidades médicas que ele levou para a tecnologia
Uma das habilidades mais relevantes que Leong trouxe de sua experiência médica para sua nova posição é a comunicação eficaz com outros profissionais de saúde. Trabalhando em uma empresa de tecnologia que colabora com hospitais e terapeutas, essa habilidade tem sido um ativo valioso. Ele pode contribuir na forma como o produto final é modelado, utilizando seu conhecimento para fornecer feedback que atenda melhor às necessidades dos clínicos.
Embora tenha feito a transição para a engenharia, Leong ainda realiza trabalhos temporários em clínicas, o que mantém a conexão com sua formação inicial. Ele revela que o salário que recebe atualmente é cerca de 30% superior ao que recebia como médico júnior, que era cerca de 4.000 dólares de Cingapura, ou aproximadamente 3.100 dólares americanos.
Barreiras de entrada em queda
Fazer a transição para uma startup em estágio inicial foi arriscado, mas Leong se sentia financeiramente e temporalmente preparado para explorar essa nova carreira. "A IA é uma indústria crescente e cada vez mais avançada, ao ponto de talvez nem seja necessário aprender a codificar", enfatiza. Ele ressalta que entender o conceito por trás da IA e como os modelos são estruturados é benéfico. Ele também menciona que, com recursos como o ChatGPT, é possível aprender tudo que se precisa saber com uma dose saudável de curiosidade e vontade de aprender.
Caso tenha uma história de transição de carreira inusitada para a IA, entre em contato com este repórter pelo e-mail cmlee@businessinsider.com.