A CPI do INSS está no centro de uma investigação sobre fraudes relacionadas a descontos indevidos a aposentados. A advogada Tônia Galleti, que já foi integrante do Conselho Nacional de Previdência Social, foi ouvida pela comissão e, segundo relatos, já havia alertado o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, logo após sua posse em janeiro de 2023.
Durante a reunião, Galleti tentou formalizar a discussão acerca das fraudes, mas a resposta obtida foi considerada ineficaz. O ministro prometeu investigar a situação, porém, segundo a advogada, nenhuma ação foi efetivamente tomada. O senador Izalci Lucas (PL-DF) destacou a urgência da regulamentação dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com associações e sindicatos, considerando a intervenção da advogada como uma oportunidade vital para mitigar as fraudes que afetam o INSS.
Além de Galleti, a CPI também ouviu Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da associação Amar Brasil, que é uma das entidades sendo investigadas por supostamente estar envolvida em um grande esquema fraudulento. A Operação Sem Desconto, realizada pela Polícia Federal, revelou um esquema sofisticado que envolve entidades de classe e servidores, caracterizando uma rede de corrupção que facilita os descontos indevidos nos benefícios previdenciários.
As investigações ainda apontam o uso de práticas ilegais, como a biometria paralela, que permite a captura irregular de dados pessoais dos segurados, complicando ainda mais a situação na Previdência Social. A evidência coletada nas audiências e os testemunhos de Tônia Galleti serão cruciais para a CPI mapear a timeline dos alertas feitos às autoridades competentes.
O senador que acompanha o caso ressaltou a importância do depoimento de Galleti, afirmando que ele pode revelar as falhas nas articulações políticas que permitem a existência de um ambiente regulatório permissivo a esse tipo de crime. As investigações estão em andamento e a CPI promete aprofundar as análises para responsabilizar os envolvidos e assegurar a proteção dos direitos dos aposentados.
As repercussões das fraudes no INSS não apenas afetam os aposentados diretamente, mas também podem influenciar a confiança do público no sistema previdenciário, levantando questões sobre a necessidade de uma reforma mais ampla e rigorosa que impeça a continuidade desses esquemas fraudadores. A audiência de hoje é apenas uma das etapas em um embate constante contra a corrupção na Previdência Social, que exige atenção e ação decisivas por parte das autoridades.