Aumenta a Censura a Livros nos EUA
Nos últimos anos, a censura de livros que abordam questões raciais e LGBTQIA+ nos Estados Unidos cresceu de forma alarmante. De acordo com dados da Associação Americana de Bibliotecas, em 2023, mais de 9.000 títulos foram contestados, um salto significativo em comparação com apenas 300 em 2020. Essa onda de censura é amplamente motivada por grupos conservadores, com a Flórida se destacando como o estado com mais restrições sob a liderança do governador Ron DeSantis.
A Voz das Editoras na Feira de Frankfurt
Durante a Feira do Livro de Frankfurt, a maior do mundo, editoras e defensores da liberdade de expressão expressaram preocupação com a crescente pressão para banir livros que tratam de tópicos considerados progressistas. "É uma missão ideológica de pessoas de direita", afirmou Jon Yaged, diretor-executivo da Macmillan Publishers, um dos grandes nomes atingidos pela censura.
Tendência Global de Censura
A PEN International, uma associação mundial de escritores, destacou que essa tendência de proibição de livros não é exclusiva dos EUA. Regiões como o Afeganistão e a Rússia também têm experimentado um aumento nas tentativas de censura. Nos Estados Unidos, aqueles que defendem a eliminação de livros explicam que não se trata de censura, mas sim de evitar a exposição de crianças a materiais impróprios.
Motivos das Contestações
Os motivos mais frequentes para contestar títulos incluem acusações de obscenidade e o conteúdo que aborda temas LGBTQIA+ e questões raciais. Um dos livros mais atacados é Nem Todos os Meninos são Azuis, do autor George M. Johnson, que explora sua experiência como membro da comunidade negra e LGBTQIA+.
Ações Judiciais Contra Restrições
Como resposta às proibições, editoras renomadas como Macmillan, Penguin Random House e HarperCollins têm buscado apoio judicial. Esses esforços têm rendido algumas vitórias em diferentes distritos escolares, onde membros da comunidade, incluindo pais e estudantes, lutam contra as restrições impostas.
Desafios da Literatura Minoritária
Os autores estão sentindo um clima adverso, não apenas nos EUA, mas globalmente. Lawrence Schimel, um escritor americano-espanhol, mencionou que seus livros com temas LGBTQIA+ enfrentaram desafios em países como Rússia e Hungria. Entretanto, Jon Yaged reafirmou seu compromisso de resistir a tentativas de censura. "Enquanto houver livros, haverá pessoas tentando proibi-los", disse ele, revelando a determinação de editores e autores em continuar lutando contra essa onda de censura.