A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Metanol inicia seus trabalhos nesta terça-feira (28) na Câmara Municipal de São Paulo, com os depoimentos do delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, e do secretário municipal da Segurança Urbana, Orlando Morando. Ambos serão ouvidos a partir das 13h, em um esforço para esclarecer as circunstâncias que levaram ao aumento de casos de intoxicação por metanol na capital paulista.
O estado de São Paulo já registrou nove mortes confirmadas devido à ingestão de bebidas adulteradas com metanol, uma substância química altamente tóxica e potencialmente letal. A CPI foi instaurada com o objetivo de investigar a origem dessas bebidas, que se tornaram uma preocupação crescente em bares e estabelecimentos de venda.
A presidente da CPI, Zoe Martinez, destaca a urgência e a seriedade da situação. "Não dá para tratar isso como se fosse algo comum. A CPI foi criada para somar esforços e proteger a população, para identificar e punir os responsáveis", declarou Zoe, enfatizando a necessidade de um plano de ação que envolva medidas rigorosas de fiscalização e educação para os comerciantes.
De acordo com a vereadora, a comissão não se limitará a ouvir as autoridades de segurança, mas também pretende convocar vítimas, fornecedores e proprietários de estabelecimentos que foram autuados. "As pessoas querem ter segurança ao sair e consumir bebidas. A Câmara deve acompanhar de perto e dar respostas adequadas à população", comentou.
A composição da CPI do Metanol é a seguinte: Zoe Martinez (PL) é a presidente, Ely Teruel (MDB) ocupa a vice-presidência, enquanto Sandra Santana (MDB) é a relatora. Os membros incluem Adrilles Jorge (União), Celso Giannazi (PSOL), Sargento Nantes (PP) e Hélio Rodrigues (PT).
A situação é alarmante, tendo em vista que a ingestão de metanol pode provocar graves consequências à saúde, como a cegueira e o coma, além de insuficiências respiratórias e renais. O caso se agrava considerando que a perícia já descartou a possibilidade de contaminações acidentais, indicando que o metanol foi adicionado intencionalmente às bebidas.
O que torna essa investigação ainda mais crítica é o impacto das mortes já registradas, que incluem indivíduos de diversas idades e locais. As vítimas, entre 23 e 54 anos, são um lembrete sombrio dos riscos associados a essa crise de saúde pública. As vítimas identificadas são: Ricardo Lopes Mira (54), Marcos Antônio Jorge Júnior (46), Marcelo Lombardi (45), Bruna Araújo (30), Daniel Antonio Francisco Ferreira (23) e Leonardo Anderson (37), entre outras.
Além da CPI do Metanol, a Câmara Municipal está lidando com outras comissões de investigação, reforçando o trabalho legislativo em temas de interesse social e segurança, como a CPI do Jockey, que investiga denúncias de má utilização de recursos públicos. A esperança é que a CPI do Metanol produza um conjunto de recomendações sólidas para prevenir futuros casos e garantir a segurança alimentar dos cidadãos paulistas.