A Polícia Civil de São Paulo anunciou a prisão de Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, conhecido como Penélope ou Fiel, o décimo suspeito de envolvimento na execução do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. A detenção aconteceu na segunda-feira (3), no bairro Grajaú, na Zona Sul da capital paulista, e chama atenção pela ligação do suspeito com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
De acordo com informações do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Marcos Augusto, de 36 anos, é apontado como membro do PCC e um dos responsáveis pelo planejamento do ataque ao ex-delegado. Ele teria chamado os executores que dispararam contra Ruy Ferraz, que foi atingido por 12 tiros de fuzil. Durante a operação, a polícia também apreendeu uma arma de fogo calibre 380 em posse do detido.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o novo suspeito já possui antecedentes criminais por receptação, porte ilegal de arma de fogo e furto. As investigações prosseguem para elucidar todas as circunstâncias que cercam o crime, que continua a chocar a sociedade paulista.
Até agora, dez pessoas já foram presas em conexão com a morte de Ruy Ferraz, enquanto duas permanecem foragidas. A lista de detidos inclui ainda Willian Silva Marques, responsável por uma das residências de onde teria saído um fuzil usado no assassinato, e outros envolvidos na logística do crime, como Luiz Henrique Santos Batista e Rafael Marcell Dias Simões.
O ex-delegado, que se aposentou em 2023 e atuava como secretário de Administração na Prefeitura de Praia Grande, foi alvo de uma trama que envolvia tanto o crime organizado quanto sua atividade pública. Um relatório obtido pelo Fantástico revelou planos de atentados contra autoridades, o que sugere uma motivação não apenas de vingança, mas possivelmente ligada ao seu trabalho na administração municipal.
A investigação revelou que Ruy Ferraz vinha sendo monitorado por seus agressores durante mais de um mês antes do assassinato, ocorrido em 15 de setembro, logo após seu expediente. Imagens de câmeras de segurança mostraram a movimentação dos criminosos, incluindo a utilização de veículos alugados e casas em Praia Grande e Mongaguá como ponto de apoio para a ação criminosa.
Os detalhes da investigação continuam a emergir, com a polícia tendo identificado um padrão de atuação do PCC em relação ao crime, reforçando a gravidade da situação. O ex-delegado teve um papel destacado no combate ao crime organizado durante sua carreira, o que sem dúvida contribuiu para que se tornasse um alvo.