Iniciativa Brasileira na COP30
A Conferência do Clima em Belém, iniciada no dia 6 de novembro de 2025, trouxe à tona uma nova expectativa para a preservação das florestas tropicais no Brasil. O presidente Lula destacou a importância do novo Fundo Florestas Tropicais Pra Sempre, que objetiva captar investimentos a juros reduzidos para proteger a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo.
Este fundo, que pode receber a participação de até 50 países, se destina a encaminhar lucros provenientes de projetos que garantam a manutenção das florestas, dividindo esses ganhos entre investidores e nações que se comprometerem a preservar seus ecossistemas. "Os serviços ecossistêmicos que prestam para a humanidade precisam ser remunerados", afirmou Lula, enfatizando a necessidade de ações concretas em prol do meio ambiente.
Desafios e Compromissos Globais
A abertura da Cúpula dos Líderes, que abrange dois dias de discussões, contou com a presença de líderes mundiais que debateram a crise climática. António Guterres, secretário-geral da ONU, alertou que a meta de manter o aquecimento abaixo de 1,5°C foi um fracasso, refletindo a urgência das ações em clima global. Até 2024, a média de temperatura já ultrapassara esse limite, atingindo 1,42°C além dos níveis pré-industriais.
Durante sua fala, Lula ressaltou que ainda é possível reverter o cenário crítico do aquecimento global: "Precisamos de mapas do caminho para, de forma planejada e justa, reverter o desmatamento". No entanto, ele não deixou de criticar a desinformação que permeia o debate ambiental, numa clara alusão à ausência do presidente americano, Donald Trump.
Contribuições Internacionais e Reações
O entusiasmo pela nova iniciativa do Brasil foi evidente, com a Noruega anunciando uma contribuição de US$ 3 bilhões e a França prometendo 500 milhões de euros ao fundo. O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, reforçou a importância de interromper o desmatamento, destacando que as florestas são essenciais para regular o clima e sustentar a biodiversidade.
Além disso, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, critica a postura negacionista de líderes como Trump, enfatizando as consequências dessa resistência no cenário histórico atual. O Príncipe William também fez um apelo pela ação: "Sejamos a geração que inverte a maré... não o desperdicemos".
Mobilização e Protestos
A realização da COP30 foi marcada ainda por protestos de grupos indígenas, que expressaram sua insatisfação com as políticas ambientais globais. Enquanto as discussões ocorrem na Zona Azul, com diplomatas e líderes, a Zona Verde é ocupada por ONGs e comunidades civis que buscam chamar a atenção para questões urgentes nas conversas climáticas.
O governo brasileiro espera que, apesar das intenções, haja uma conversão efetiva em investimentos, buscando um total de US$ 25 bilhões. Em contrapartida, a dinâmica de protesto fora do evento reflete uma harmonia delicada entre as intenções governamentais e as esperanças populares de mudanças efetivas em relação à proteção ambiental.