Pesquisadoras da Unicamp desenvolveram uma tecnologia revolucionária baseada em nanofibras criadas a partir do capim-limão, prometendo soluções inovadoras no setor de cuidados pessoais. Este novo produto, ainda em fase de testes laboratoriais, visa combater o mau odor sem bloquear as glândulas sudoríparas, o que será um grande avanço para os consumidores que buscam alternativas mais saudáveis e eficazes.
As nanofibras, que possuem uma estrutura semelhante a um tecido delicado e são milhares de vezes mais finas que um fio de cabelo, podem ser aplicadas diretamente sobre a pele. Essa tecnologia foi idealizada para atender à crescente demanda dos consumidores por desodorantes que não contenham sais de alumínio, conforme explicações da professora Gislaine Ricci Leonardi, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unicamp. "A motivação principal foi criar um produto que alie performance e segurança", afirma.
Diferente de muitos desodorantes convencionais que têm como função bloquear as glândulas sudoríparas, a inovação da Unicamp absorve o suor e libera de forma controlada compostos que inibem o crescimento de bactérias, responsáveis pelo mau cheiro. "Essa abordagem oferece uma alternativa interessante para pessoas com alergias ou hipersensibilidade aos sais de alumínio", detalha a pesquisadora, mencionando que a tecnologia pode evitar que o suor umedeça as roupas.
O óleo de capim-limão foi escolhido devido às suas propriedades antimicrobianas naturais, sendo um ingrediente já reconhecido na cosmetologia. "Testes demonstraram que ele atua de forma seletiva contra as bactérias que causam o mau odor. Nossa pesquisa comprova seu potencial como um ativo desodorante promissor", destaca Leonardi. Além do capim-limão, outros componentes com propriedades calmantes e hidratantes foram explorados em busca de eficácia.
A estrutura das nanofibras também proporciona inovadoras possibilidades de aplicação, como em máscaras, patches e sistemas de regeneração da pele. Com esse método, é possível elaborar fórmulas minimalistas com uma quantidade reduzida de ingredientes, mantendo a eficácia do produto. "Esse sistema pode mudar a forma como pensamos em cosméticos, permitindo entregas controladas de ativos", aponta Leonardi, que também observa potencial de uso em curativos e na liberação de medicamentos no setor médico.
Embora o produto ainda esteja em fase de laboratório e não tenha previsão de lançamento comercial, a tecnologia já foi patenteada no Brasil e no exterior pelo Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes. O foco atual da pesquisa é garantir a eficácia e segurança do produto antes de avançar para a produção em escala industrial, conforme explica a pesquisadora. Assim, a Unicamp se posiciona na vanguarda das inovações em cuidados pessoais, com uma proposta que pode transformar o mercado de desodorantes.
As nanofibras da pesquisa da Unicamp são um avanço notável na busca por alternativas que promovem a saúde e bem-estar dos consumidores, permitindo uma abordagem mais benéfica e sustentável no cuidado diário.