As empresas Uber, Lyft e DoorDash estão fazendo uma aposta significativa no futuro dos veículos autônomos e robôs de entrega. Durante a divulgação dos resultados financeiros dessa semana, ficou evidente que para escalar essa tecnologia será necessário um investimento substancial. Embora robôs de entrega e táxis autônomos já estejam circulando nas ruas dos Estados Unidos, a implementação em grande escala demanda recursos financeiros consideráveis.
Um exemplo marcante foi fornecido pela DoorDash, que anunciou que planeja gastar "centenas de milhões de dólares a mais" do que o previsto inicialmente em suas iniciativas de entrega autônoma até 2026. Entre essas iniciativas, destaca-se o Dot, um robô do tamanho de um carrinho de bebê, lançado recentemente, que é capaz de se movimentar de forma independente por ciclovias e calçadas para realizar entregas. O CEO da DoorDash, Tony Xu, destacou em uma teleconferência que "isso não vai acontecer da noite para o dia" e enfatizou a necessidade de investimentos iniciais significativos.
Após o anúncio do plano de gastos, as ações da DoorDash sofreram uma queda de 17% em um único dia, refletindo a preocupação dos investidores com o compromisso financeiro da empresa. Os líderes das principais plataformas de transporte também relataram a necessidade de alocar mais recursos para a expansão de seus serviços de robôs autônomos. A Lyft, por exemplo, tem uma parceria com a Waymo e está planejando construir um depósito em Nashville para carregar, servir e armazenar os carros disponíveis para os usuários. O custo estimado para a construção desse depósito varia entre 10 e 15 milhões de dólares, segundo a CFO da Lyft, Erin Brewer.
O CEO da Lyft, David Risher, enfatizou a importância desse investimento em infraestrutura física para que os veículos autônomos operem eficientemente. "É necessário investir em alguma infraestrutura física, mas gostamos das economias de unidade nesse aspecto", comentou. Por outro lado, Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, observou em uma teleconferência que os veículos autônomos são atualmente um empreendimento que gera perdas para a empresa. Contudo, ele assegurou que a Uber planeja investir na ampliação da oferta de carros sem motorista, buscando aumentar a demanda dos usuários com o tempo.
Khosrowshahi mencionou que a Uber segue um modelo de investimento usado anteriormente, com foco tanto em rentabilidade quanto em crescimento, o que inclui não apenas táxis autônomos, mas também seu serviço Moto, que fornece viagens em motocicletas em mercados internacionais. "Podemos tornar esses produtos lucrativos se quisermos amanhã, mas é uma questão de equilibrar o investimento entre rentabilidade e crescimento", concluiu.
Com essas movimentações, o setor de mobilidade começa a se preparar para um futuro onde veículos autônomos podem se tornar comuns nas ruas, embora os desafios financeiros e operacionais ainda sejam significativos por enquanto.

