A COP30, realizada em Belém, enfrenta desafios na comunicação de suas propostas. O foco é a implementação das decisões anteriores do Acordo de Paris, ao invés de novas negociações que já foram estabelecidas em encontros anteriores. O presidente da Conferência, André Correa do Lago, esclarece que os principais compromissos essenciais foram discutidos na COP anterior, em Baku, e agora é preciso avançar na execução.<\/p>\n
Os temas discutidos na COP30 são variados e abrangem desde indicadores para adaptação e financiamento da mitigação até a necessidade de maior transparência nas metas climáticas. Contudo, essa multiplicidade pode dificultar a construção de uma mensagem coesa sobre a conferência, levando à sensação de que as discussões estão fragmentadas.<\/p>\n
Outro fator importante é o cenário internacional, marcado pela retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris e o enfraquecimento do multilateralismo. A presidência brasileira busca enfrentar esses desafios com uma abordagem inovadora, priorizando a Agenda de Ação e sua implementação. Essa nova estratégia visa mobilizar ações voluntárias de diversos setores da sociedade para cumprir as metas climáticas estabelecidas.<\/p>\n
A Agenda de Ação da COP30 é dividida em seis eixos, que incluem transição energética, proteção das florestas e Agriculturais Sustentáveis, com o intuito de conectar as iniciativas governamentais a ações de empresas, investidores e ONGs. De acordo com Miriam Garcia, do World Resources Institute, essa colaboração ampla é fundamental para o progresso das metas climáticas.<\/p>\n
Acredita-se que essa "ação de formiguinha", realizada em conjunto por indivíduos e organizações, pode ser crucial para o cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris, especialmente se as discussões formais não resultarem em avanços significativos. No entanto, o progresso nas negociações não é negligenciado, uma vez que dois pacotes de documentos estão sendo elaborados e espera-se que um deles seja finalizado até 19 de novembro.<\/p>\n
André Correa do Lago, durante coletiva, destacou a importância de diferenciar o que necessita de negociação do que já pode ser posto em prática. O resultado dessas negociações determinará se a COP30 será vista como um sucesso, apresentando ou não uma narrativa positiva ao governo brasileiro.