Drones de fibra óptica transformam batalha na Ucrânia
Drones controlados por cabos de fibra óptica estão dominando o campo de batalha na Ucrânia. Tanto a Rússia quanto a Ucrânia vêm recorrendo a pequenos drones que utilizam cabos de fibra óptica para comunicação. Esses dispositivos têm deixado um emaranhado de cabos pelo campo de batalha, forçando os soldados a se moverem com cautela.
Um operador especial ucraniano comentou que a presença desses cabos cria uma nova dinâmica, pois os soldados nunca sabem se o que estão vendo é um cabo de drone ou uma armadilha. A guerra na Ucrânia introduziu novas táticas, e os drones pequenos e rejeitados pela guerra eletrônica têm sido cruciais tanto para os ucranianos quanto para os russos. A mistura de cabos de fibra óptica no cenário de combate está tornando o deslocamento na linha de frente mais complicado.
"Você vê as pequenas teias e nunca sabe — é do drone de fibra óptica? Ou é parte de uma armadilha?"
As minas e armadilhas também são ameaças proeminentes nesse conflito. No início da guerra, os drones de visão em primeira pessoa (FPV) — drones de estilo quadricóptero que carregavam principalmente cargas explosivas — dependiam de conexões de rádio. Contudo, ambos os lados rapidamente aprenderam a usar a guerra eletrônica para interromper esses sinais.
Como resposta, a Rússia e a Ucrânia começaram a desenvolver drones FPV com controle via cabos de fibra óptica, que asseguram uma conexão estável e conferem resistência a táticas de guerra eletrônica. A única opção viável para os soldados que desejam neutralizar os drones de fibra óptica é abatê-los antes que causem dano, uma tarefa que exige precisão e rapidez.
As mesmas características que conferem vantagem aos drones de fibra óptica também se tornam sua maior vulnerabilidade, pois os cabos podem se enroscar no ambiente natural, interrompendo o voo. Mesmo que não se enrosquem, os cabos continuam a ser deixados pelo campo de batalha após o uso. De acordo com Khyzhak, um soldado do 4º Regimento de Ranger da Ucrânia, é comum ver cabos de fibra em toda parte, especialmente porque seu uso está se tornando cada vez mais frequente. Ele observou que os cabos costumam ficar presos em árvores e campos.
Recentemente, o 4º Regimento de Ranger divulgou imagens de combate que demonstram Khyzhak e seus companheiros evitando por pouco um ataque de um drone de fibra óptica russo enquanto voltavam para a base após uma missão. As imagens mostram cabos de fibra dispostos no campo ao lado da estrada e até mesmo no armamento de Khyzhak. "Estava em todo lugar", ele relembra, sobre um incidente em setembro, onde o motorista manobrou com habilidade para evitar o ataque do drone, que explodiu ao lado da estrada.
Khyzhak alertou que os cabos podem ser particularmente problemáticos durante missões noturnas, quando os operadores devem evitar usar muita luz. Ele descreveu a presença dos cabos como um "problema tático", pois é difícil distinguir rapidamente se um cabo é inofensivo ou parte de uma armadilha mais perigosa.
"Isso definitivamente pode atrasar a missão", disse Khyzhak, ressaltando que o problema se torna ainda mais significativo à medida que os operadores se aproximam da linha de frente ou ao operarem em território controlado pelos russos. Recentemente, tanto a Ucrânia quanto a Rússia aumentaram a produção de drones de fibra óptica, competindo para desenvolver versões que consigam voar mais longe.
A Rússia, por exemplo, começou a empregar drones de fibra óptica com um alcance de 50 quilômetros, superando a maioria dos modelos conhecidos. Na Ucrânia, esses drones se tornaram uma ameaça a rotas críticas de abastecimento, levando os soldados a cobrir estradas com redes para proteger os veículos contra ataques. Porém, isso não garante total segurança. Simultaneamente, a indústria de defesa da Ucrânia está desenvolvendo novas contramedidas para lidar com esses drones, um tema que despertou o interesse da liderança da OTAN, que tem utilizado lições extraídas dessa guerra para informar seu planejamento militar.
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