Artistas se manifestam contra uso de suas obras pelo governo Trump
No cenário político recente, um grupo de artistas brasileiros e internacionais se levantou contra o uso não autorizado de suas obras pela administração de Donald Trump. Essa situação evidencia uma crescente preocupação com os direitos autorais e a ética no uso de produções artísticas em campanhas e propaganda. Entre as vozes que se manifestaram, destacam-se o nome da cantora Sabrina Carpenter e a icônica Céline Dion.
Recentemente, uma das canções mais conhecidas de Sabrina Carpenter, "Juno", extraída de seu álbum "Short n’ Sweet", foi utilizada pelo governo para promover sua estratégia de imigração, com um vídeo que mostrava agentes do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) realizando operações de prisão. Carpenter expressou sua indignação através de sua conta nas redes sociais, afirmando: "Este vídeo é malvado e asqueroso. Não voltem a me envolver nem à minha música para benefício de sua agenda inumano".
Outros artistas também enfrentaram situações semelhantes. No início de novembro, Olivia Rodrigo denunciou que seu single "All-American Bitch" foi usado pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS) em um vídeo relacionado à promoção da “autodeportação” de imigrantes. Rodrigo não hesitou em afirmar: "Não voltem a usar minhas músicas para promover sua propaganda racista e cheia de ódio".
Além dessas figuras, Beyoncé também fez frente a essa situação em 2024, quando sua música "Freedom" foi utilizada em um vídeo de Donald Trump, resultando em uma carta de cese e desistimento. É interessante notar que esta canção foi previamente adotada como um hino não oficial pela democrata Kamala Harris durante sua campanha.
Céline Dion, outro ícone da música, ficou igualmente indignada ao ver sua canção "My Heart Will Go On" ser usada em um comício. Em resposta, Dion declarou: “É sério? Essa música?” e seu representante avisou que a artista não apoia esse tipo de uso de sua obra.
O cantor e compositor de soul, Isaac Hayes, também se viu em uma situação semelhante, onde sua família decidiu processar o uso de sua canção "Hold On, I’m Comin’" que foi utilizada 135 vezes sem autorização. Outros músicos que tomaram posição em 2024 incluem Johnny Marr, ex-guitarrista da banda The Smiths, os herdeiros de Sinéad O’Connor, e a banda Foo Fighters. Adicionalmente, ao longo dos anos, artistas renomados como Neil Young, R.E.M, Rihanna e os Rolling Stones também se manifestaram contra o uso indevido de suas canções.
A discussão não se limita apenas a músicos. O caso do ilustrador Norman Rockwell, famoso por suas capas da revista "Saturday Evening Post", também foi destacado. A família do artista denunciou que o DHS havia utilizado suas imagens sem permissão, o que seria devastador para o legado do ilustrador, como afirmou seu filho.
Além disso, a editora Kids Can Press, responsável pelos livros da personagem infantil Franklin, pediu que sua imagem não fosse usada. Um meme criado pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, fez uma referência a recentes ataques dos Estados Unidos a supostas narcolanchas, usando a imagem de Franklin com a legenda “Franklin contra os narcoterroristas”.
Esses posicionamentos demonstram uma crescente resistência por parte dos artistas e ilustradores em ter suas criações utilizadas para fins que não condizem com suas ideologias pessoais ou artísticas. A luta por direitos autorais e o respeito à integridade das obras é uma pauta cada vez mais relevante no cenário atual.