A recente denúncia de uma organização de direitos humanos expõe uma prática alarmante: o envio de crianças ucranianas para a Coreia do Norte como parte de um processo de adoção forçada e adoctrinamento. De acordo com o Centro Regional de Direitos Humanos (CRDH), desde o início do conflito na Ucrânia, mais de 19.500 crianças foram transferidas à força, algumas delas agora se encontram em campos norte-coreanos.
História de Yelizaveta e Mijailo
Os casos de Yelizaveta, de 16 anos, e Mijailo, de 12, são particularmente emblemáticos. Nascidos em solo ucraniano, eles têm vivido sob a ocupação russa por mais de uma década. Recentemente, foram enviados temporariamente ao campo de Songdowon, na Coreia do Norte, onde foram expostos a um ambiente de militarização e propaganda. Segundo a advogada Katerina Rashevska, que apresentou os casos ao Senado dos Estados Unidos, as crianças ucranianas estão sendo sistematicamente submetidas a um processo de "rusificação".
Os campos e as práticas de adoctrinamento
O CRDH identificou 165 campos de adoctrinamento em território ocupado pela Rússia, na própria Rússia e agora na Coreia do Norte. A situação das crianças que são levadas para esses locais é preocupante, envolvendo não apenas a separação de suas famílias, mas também o risco de abuso físico e psicológico.
- Transferência Forçada: Desde o início da guerra, registros indicam que mais de 35.000 crianças ucranianas podem ter sido levadas para Rússia ou seus aliados.
- Militarização: As crianças são ensinadas a realizar atividades militarizadas, muitas vezes como parte de programas promovidos por organizações russas.
- Impacto Psicológico: Especialistas alertam que essa experiência pode causar traumas severos e comprometer a dignidade das crianças.
Reação Internacional
A Assembleia Geral da ONU recentemente adotou uma resolução pedindo a devolução das crianças ucranianas enviadas para fora do seu país. A situação de Yelizaveta e Mijailo ilustra a necessidade urgente de uma resposta internacional coesa para abordar as violações de direitos humanos que vêm ocorrendo desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
O papel da comunidade internacional
Demonstrando solidariedade, a primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, conseguiu a recente repatriação de sete crianças, mas esses casos ainda representam um número insignificante em relação ao total das crianças desaparecidas. A pressão sobre o governo russo, tanto dos EUA quanto de outras nações, tem sido cada vez mais robusta, mas o retorno seguro dessas crianças continua a ser um desafio.
Considerações Finais
A situação das crianças ucranianas que foram enviadas para a Coreia do Norte ressalta a gravidade da crise humanitária gerada pelo conflito. Os relatos de adoctrinamento e violência institucional reforçam a urgência de uma ação internacional efetiva para combater essas práticas e garantir a proteção dos direitos das crianças de forma global.