O delator de uma quadrilha responsável por um roubo milionário a um prédio de luxo no Centro de Ribeirão Preto, em São Paulo, foi transferido para a Penitenciária de Pinheiros. Essa mudança ocorreu devido a ameaças que ele vinha sofrendo na cadeia onde estava preso, na cidade de Santa Rosa de Viterbo.
Segundo informações da defesa do homem, cuja identidade não foi divulgada, ele fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público e a Polícia Civil. Essa colaboração resultou na revelação de nomes de integrantes da quadrilha e detalhes sobre a metodologia aplicada nos crimes. Com um planejamento que incluía ao menos 15 assaltos milionários, a quadrilha conseguiu efetivar apenas dois, sendo o do prédio de luxo na Rua Campos Sales e o de uma residência de um casal de idosos na Ribeirânia.
A investigação sobre os crimes resultou em prejuízos de aproximadamente R$ 10 milhões. Com isso, dois inquéritos foram concluídos e geraram ações penais contra diversos envolvidos, sendo que parte dos suspeitos já é considerada ré na justiça. Os crimes cometidos por eles incluem associação criminosa, receptação qualificada, adulteração de sinais identificadores de veículos, roubo e extorsão.
A Polícia Civil, ao longo das investigações, identificou 17 indivíduos como participantes diretos do crime. Dentre eles, 15 estão detidos e fazem parte do processo legal. Entre os acusados estão nomes como Sidney Américo Vieira, Felipe Moreira da Mata, João Paulo César Freires de Oliveira e Widman Henrique Américo Barbosa, que seriam integrantes do núcleo financeiro do grupo responsável por movimentações bancárias e pagamentos logísticos relacionados ao crime.
Além disso, o núcleo logístico, encarregado de tarefas práticas como a locação de um apartamento para planejamento, tem pelo menos três indivíduos presos: Fabiana de Paula Fernandes Miranda e Pablo Rodrigues Cardoso, que atuavam na cidade, e Júlia Moretti de Paula, que se entregou à polícia após dois meses foragida.
Embora Júlia não seja considerada uma das lideranças da quadrilha pela polícia, acreditam que ela tenha sido cooptada para participar das atividades criminosas. Entre os presos, também estão Carlos Alberto da Silva e Henrique Eduardo, detidos em diferentes ocasiões, e André Luiz Pereira Nunes, interceptado enquanto dirigia em uma das principais avenidas da cidade.
Outro nome entre os detidos é Diego de Freitas, conhecido nas redes sociais como Diego Ouro, que seria responsável por administrar a receptação das joias roubadas. Ele já estava preso por outro assalto na Ribeirânia quando foi ligado a este caso.
Considerados foragidos no mesmo caso, Stephanie de Freitas Santos e Emerson dos Santos de Jesus são, respectivamente, irmã e amigo de Diego. Segundo relatórios da polícia, ambos auxiliaram na receptação e negociação das joias, com conhecimento do roubo em andamento.
A polícia prossegue com as investigações para identificar e capturar todos os envolvidos que agiram diretamente no crime, buscando desmantelar completamente essa rede criminosa que vem causando temor na população de Ribeirão Preto.