Idosa indiciada por envenenamento em série no interior de SP
A Polícia Civil do Estado de São Paulo indiciou Elizabete Arrabaça, de 68 anos, pelo crime de tentativa de homicídio de uma amiga, em um caso que se conecta a outros incidentes preocupantes que envolvem o uso de veneno. O incidente em questão ocorreu em 2017, em Pontal, onde a vítima, uma mulher de 78 anos, precisou ser internada por cinco dias, incluindo dois na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), após ingerir um medicamento que lhe foi fornecido por Elizabete.
Os laudos médicos apontaram que a paciente apresentou sintomas de diarreia, vômito intenso, confusão mental e sudorese, compatíveis com intoxicação por agentes químicos. Esta nova investigação emergiu após a prisão de Arrabaça em maio deste ano, quando ela foi acusada de envenenar e matar sua nora, Larissa Rodrigues, de 29 anos, em conluio com seu filho, o médico Luiz Antonio Garnica.
A morte de Larissa aconteceu em março de 2025, em Ribeirão Preto, e um laudo toxicológico confirmou a presença de chumbinho em seu organismo. As investigações revelaram que a jovem estava em processo de divórcio, descobrindo uma traição de seu marido, o que poderia deixar a mãe e o filho em dificuldades financeiras devido a dívidas acumuladas. Para garantir que o patrimônio fosse mantido sob o controle da família, ambos teriam planejado o homicídio.
Além disso, Elizabete Arrabaça foi também denunciada pela morte de sua filha, Nathália Garnica, que morreu envenenada em fevereiro de 2025, apenas um mês antes de Larissa. O Ministério Público alega que a idosa teria interesse em herdar os bens da filha. A denúncia relacionada ao caso de Nathália ainda aguarda decisão do sistema judicial.
O delegado José Carvalho de Araújo Júnior, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC), afirmou que havia fortes indícios e provas técnicas que confirmam a tentativa de envenenamento da amiga de Elizabete. "Encontramos no laudo médico as evidências necessárias que levam a crer que houve uma tentativa de envenenamento. A análise do prontuário, realizada pelo Instituto Médico Legal (IML), não deixa dúvidas sobre esse evento", disse Araújo.
A servidora pública, que foi madrinha de casamento de Elizabete, contrapôs-se à versão apresentada pela acusação. O advogado da idosa, Bruno Corrêa, alega que o laudo médico não possui evidências suficientes para afirmar com certeza que houve envenenamento e que os sintomas apresentados pela amiga não são exclusivos de intoxicações. "Na verdade, o laudo é inconclusivo e para o direito penal, isso não se sustenta como prova válida", argumentou Corrêa.
Elizabete Arrabaça permanece presa na Penitenciária de Tremembé e deve ser ouvida novamente pela polícia no dia 16 de dezembro, após o que o inquérito será apresentado ao Ministério Público para as devidas providências.