Rio de Janeiro se destaca como Capital Mundial do Livro em 2025
Em 2025, o Rio de Janeiro foi oficialmente nomeado pela Unesco como a Capital Mundial do Livro, um reconhecimento que marca a promoção da leitura e a democratização cultural na cidade. Este evento ressoou não apenas com a população local, mas também em um cenário internacional, onde o Brasil se tornou uma vitrine de produção literária e de discussão sobre temas sociais relevantes.
A Academia Brasileira de Letras, em um marco histórico, elegeu Ana Maria Gonçalves como sua primeira mulher negra, um passo significativo para a inclusão e diversidade na literatura. As festividades literárias, que incluíram eventos como a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e a Bienal do Livro do Rio, atraíram multidões e refletiram um forte engajamento político, abordando questões como gênero, raça e desigualdade.
O impacto da Capital Mundial do Livro
A nomeação do Rio como Capital Mundial do Livro, que se estenderá até abril de 2026, trouxe uma série de iniciativas voltadas para a promoção da leitura, destacando projetos como o Favelivro, que alcançou diversas comunidades cariocas. Este projeto exemplifica a necessidade de democratização da literatura, indo além do simples acesso, mas promovendo uma verdadeira presença territorial causada pelo engajamento local.
A inauguração da inclusão na ABL
A entrada de Ana Maria Gonçalves na Academia Brasileira de Letras simboliza uma quebra de barreiras. Em seu discurso de posse, ela expressou seu desejo de "abrir portas para não ser a única" e questionou o porquê da espera de 128 anos para a inclusão de mulheres negras na ABL. Gonçalves, que é autora de "Um defeito de cor", apresentou a necessidade de revisitar ausências históricas e valorizar autores que, por muito tempo, foram silenciados.
Eventos literários celebrando a diversidade
A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em sua 23ª edição, confirmou seu sucesso ao registrar um público 10% maior comparado ao ano anterior, totalizando cerca de 34 mil visitantes. O evento se destacou pela presença de autores renomados, criando um espaço de interação rica entre os escritores e o público, refletindo uma combinação de carisma e posicionamento político.
Da mesma forma, a Bienal do Livro do Rio trouxe à luz as novas formas de leitura apreciadas pelas gerações mais jovens, com um foco particular em tropes literários — fórmulas que direcionam a narrativa, facilitando a descoberta de livros e ampliando o alcance de obras diversas.
Literatura em transformação
O cenário literário também foi impactado pelo ressurgimento dos livros de colorir, que ganharam força em 2025, carregando uma estética que remete ao conforto e ao bem-estar. Esses novos produtos refletem uma busca por desaceleração em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia.
A polêmica envolvendo a inteligência artificial e o respeito aos direitos autorais foi um tema controverso, com autores como David Baldacci denunciando o uso indevido de suas obras para treinar modelos de IA sem consentimento. Essa discussão expôs a fragilidade da relação entre tecnologia e a produção literária, destacando a importância de respeitar o trabalho intelectual dos criadores.
Reconhecimentos e perdas na literatura
O ano também foi marcado por lançamentos significativos e homenagens. O centenário de Rubem Fonseca trouxe à tona suas obras e novos textos inéditos, enquanto a premiação de escritores de destaque como Mariana Salomão Carrara, que venceu o Prêmio São Paulo, e Ruy Castro, consagrado no Jabuti, ressaltaram a vibrante produção literária brasileira.
Entretanto, o cenário também foi sombrio com a perda de grandes referências, como Luis Fernando Verissimo e Marina Colasanti, que deixaram um legado inestimável através de suas obras e criações literárias.
Uma rica herança literária
A natureza rica e diversa da literatura brasileira em 2025 evidencia não apenas suas conquistas, mas também as lutas e debates que moldaram o atual panorama cultural. Ao refletir sobre a história do Brasil através da literatura, a cidade do Rio de Janeiro se posicionou firmemente como um centro cultural global, promovendo a inclusão e celebrando a multiplicidade de vozes que compõem a narrativa nacional.
\n