Lula destaca apoio das Forças Armadas e investimento em Defesa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva almoçou com a cúpula militar nesta sexta-feira, em um evento marcado por um clima de harmonia e agradecimento. Em sua fala, Lula ressaltou a "lealdade" das Forças Armadas e anunciou um aporte significativo de R$ 30 bilhões para a modernização da Defesa do país nos próximos seis anos.
Durante o encontro, realizado no Clube do Exército, em Brasília, o chefe do Executivo brasileiro foi recebido pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e pelos comandantes das Forças Armadas: Tomás Paiva (Exército), Marcos Olsen (Marinha) e Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica). Lula optou por não seguir o discurso preparado, preferindo improvisar e enfatizar o valor da parceria entre o governo e os militares.
O presidente começou sua fala agradecendo pela lealdade e pelo comprometimento das Forças Armadas em prol do Brasil. Ele mencionou que um dos primeiros encontros após assumir a presidência, em janeiro de 2023, foi com os comandantes militares para discutir questões relacionadas à indústria de defesa, ressaltando a importância que dá às demandas desse setor.
A declaração de apoio culminou na frase "contam comigo", utilizada por Lula ao abordar o futuro da Defesa e os programas estratégicos voltados para o fortalecimento das Forças Armadas. Ele reiterou que o Brasil necessita de uma defesa bem preparada e sólida.
No evento, o presidente também mencionou a aprovação pelo Congresso do investimento de R$ 30 bilhões em seis anos, um valor que será liberado de forma escalonada, atingindo R$ 5 bilhões anuais. Esses recursos serão direcionados exclusivamente à modernização das Forças Armadas: Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira. É importante ressaltar que esse investimento não conta para os limites de gastos públicos estabelecidos no arcabouço fiscal.
O almoço com a cúpula militar foi o primeiro encontro de Lula com os militares após as prisões determinadas pelo Supremo Tribunal Federal de generais envolvidos em tentativas de golpe de Estado. Apesar do contexto delicado, o presidente preferiu evitar menções sobre as prisões, seguindo um tom conciliatório. O evento foi cuidadosamente planejado pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério da Defesa, que elaboraram um discurso pacificador para o presidente, embora Lula tenha decidido não utilizá-lo.
No momento, os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, estão detidos no Comando Militar do Planalto. O almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, está detido na Estação Rádio da Marinha, enquanto o ex-ministro Walter Braga Netto está na 1ª Divisão do Exército, que fica na Vila Militar no Rio de Janeiro.