Recentemente, um alerta de chuvas intensas levou a população do Rio de Janeiro a ficar atenta às avisos recebidos em seus celulares. O novo sistema de notificação da Defesa Civil, implementado após uma análise de dados realizada pelo Centro de Operações Rio (COR), teve como objetivo prevenir possíveis problemas relacionados a fortes chuvas na cidade.
O COR, conhecido pelos cariocas devido à sua estrutura que abriga diversas telas com imagens de câmeras e dados meteorológicos, foi visitado pela equipe do Canaltech para entender melhor as tecnologias que utiliza para monitorar e evitar tragédias como enchentes, incêndios e problemas de trânsito.
Estabelecido em 2010 após desastres naturais que devastaram a cidade, o COR conta com um extenso banco de dados coletados ao longo dos anos. Recentemente, a Defesa Civil lançou um alerta de chuvas extremas, o que marcou a primeira vez que um aviso sonoro agudo foi utilizado. Segundo explicações fornecidas ao Canaltech, o alerta foi gerado após encontrar semelhanças entre o atual cenário e as chuvas severas do ano anterior, que resultaram em grandes alagamentos na Zona Norte. Dessa forma, a população pôde se preparar e evitar problemas maiores.
Além dos alertas, o COR também elabora relatórios que auxiliam na organização de ações preventivas coordenadas com órgãos como a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, além de concessionárias de serviços essenciais.
A estrutura do COR é equipada com dois radares meteorológicos e 200 pluviômetros, além de parcerias com organizações como a NASA, que fornece dados de satélite utilizados na análise de riscos de deslizamentos e inundações. Para complementar o monitoramento, oficiais da Marinha também acompanham as condições das praias na região.
A prefeitura introduziu uma nova escala que classifica Níveis de Calor de um a cinco, com o intuito de informar a população sobre os riscos de temperaturas extremas. Assim como no caso das chuvas fortes, quando um nível elevado de calor é identificado, as autoridades se mobilizam para instalar pontos de hidratação e preparar a rede de saúde, além de possíveis cancelamentos de eventos como shows e jogos de futebol.
Até o momento, o Rio de Janeiro alcançou apenas o terceiro nível da escala, que se refere a temperaturas entre 36º C a 40º C, sem ações imediatas, apenas alertas à população para que se mantenham atentos.
O COR também aplica tecnologias de reconhecimento de imagem para controlar o trânsito da cidade, analisando a presença de veículos em diversas vias e identificando anomalias em áreas como túneis. Com parcerias com aplicativos de navegação, como o Waze, o COR ainda monitora o fluxo de veículos, permitindo que guardas municipais e a CET-Rio tomem decisões mais rápidas para evitar congestionamentos e riscos.
Ao todo, o sistema contém aproximadamente 4 mil câmeras e 1,5 mil radares ativos pela cidade. As câmeras também são utilizadas para leitura de placas de veículos, facilitando operações de segurança pública.
Todo o monitoramento é centralizado em um grande salão no Centro do Rio, onde mais de cem telas exibem índices climáticos, ocorrências e imagens das câmeras. Este ambiente possibilita uma visão ampla da cidade, permitindo um gerenciamento eficaz das operações em resposta a chuvas fortes, intervenções policiais e outras situações que possam afetar a rotina da população.
As informações do COR podem ser acessadas de diversas maneiras, incluindo um aplicativo exclusivo para Android e iOS, além de canais em redes sociais. Uma nova funcionalidade em desenvolvimento promete integrar uma assistente virtual, denominada Cora, à plataforma Alexa, proporcionando uma forma inovadora de acesso a dados. No entanto, ainda não há uma data definida para o lançamento desta tecnologia.
Com a adoção de tecnologias avançadas, o COR se tornou uma referência em prevenção de desastres e gerenciamento de emergências, proporcionando mais segurança e proteção à população do Rio de Janeiro.