O Brasil está enfrentando uma preocupante redução nas áreas cobertas por água, conforme revelam dados recentes do MapBiomas. Em 2024, o país perdeu cerca de 4 mil quilômetros quadrados de superfície alagada, marcando uma queda de 2% se comparado ao ano anterior. Este cenário alarmante é especialmente crítico no Pantanal, que, desde 1985, viu sua área alagada diminuir 61%.
Entre os principais fatores que contribuem para essa tendência negativa estão o desmatamento e a severidade das secas, práticas que vão além da superexposição do meio ambiente. O desmatamento, em particular, tem se mostrado devastador, pois altera o ciclo hídrico natural. Essa alteração se reflete na diminuição das nascentes e na vegetação que circunda os rios, levando ao assoreamento e à perda significativa de água. A construção de represas para irrigação e produção de energia só agrava a situação, ao reduzir ainda mais o fluxo hídrico natural.
Dentre as regiões mais impactadas, o Pantanal se destaca como o maior bioma alagável do mundo, sofrendo uma drástica redução de sua área coberta por água. Além disso, a Amazônia, que abriga mais da metade da superfície hídrica do Brasil, também enfrenta uma grave diminuição nas suas condições de umidade. No Cerrado, embora haja um aumento na superfície de água devido à construção de reservatórios, a perda de água natural continua sendo recorrente, afetando diretamente a agricultura local e as comunidades que dependem dessa água.
A diminuição das áreas cobertas por água não traz apenas consequências ambientais. Essa redução impacta profundamente a sociedade e a economia. A seca tem consequências em diversos setores, afetando a navegação em rios, o abastecimento de água em centros urbanos e a produção agrícola. Com isso, o modo de vida de comunidades tradicionais fica comprometido. Portanto, a implementação de estratégias de gestão hídrica adaptativas se torna urgente, a fim de mitigar os efeitos dessa crise e preservar os recursos hídricos para as futuras gerações.