Em uma reviravolta no cenário político da República Democrática do Congo, os rebeldes M23 anunciaram a reorganização de suas forças na cidade de Walikale, recentemente capturada. Este movimento visa apoiar os esforços de paz em meio a um contexto de crescente tensão e violência na região, marcada pela captura de cidades estratégicas como Goma e Bukavu. A escalada dos conflitos, acompanhada de delicadas tensões diplomáticas, especialmente entre Ruanda e outros países como a Bélgica, ressalta a complexidade do ambiente na qual as negociações de paz estão sendo conduzidas.
O M23 tornou-se um importante player no cenário de conflitos no Congo, tendo surgido após um acordo de paz malfadado entre o governo congolês e o CNDP em 2009. Desde o seu ressurgimento em 2021, com uma ofensiva militar robusta, o grupo recebeu amplo apoio de soldados ruandenses, segundo informações da ONU. A captura de Goma e Bukavu não apenas exacerbou a situação humanitária, resultando em milhares de deslocados e uma crescente contagem de vítimas, como também intensificou a pressão sobre as autoridades congolaises e a comunidade internacional para encontrar uma solução eficaz.
Embora haja disposição da República Democrática do Congo para dialogar, o M23 manifestou resistência em participar de conversas diretas de paz em Angola, justificando sua posição com referências a sanções internacionais e alegações de parcialidade. Contudo, a reorganização das forças do M23 pode ser interpretada como um possível sinal de abertura diante da situação, o que leva à especulação sobre os próximos passos no processo de negociação.
As tensões diplomáticas se agravaram quando Ruanda rompeu relações com a Bélgica, acusando-a de interferir no conflito. Em resposta, a União Europeia impôs sanções a autoridades ruandesas, uma medida que complicou ainda mais as perspectivas de diálogo. Enquanto a comunidade internacional se mobiliza para pressionar por uma resolução pacífica, os desafios são imensos e o caminho para diálogos construtivos continua envolto em incertezas.
