Uma pesquisa recente realizada na Alemanha refutou a ideia de que a renda básica incondicional induz à preguiça entre os beneficiários. O estudo, que durou três anos, teve como voluntários cidadãos alemães que receberam mensalmente 1,2 mil euros. Com resultados divulgados em abril de 2025, a pesquisa foi conduzida em diversas cidades, incluindo Berlim e outras localidades do país.
Ao longo do estudo, os participantes mantiveram uma carga horária de trabalho média de 40 horas por semana. Esse dado desafia a crença popular de que a segurança financeira oferecida pela renda básica levaria as pessoas à inatividade. Contrariamente, muitos dos participantes optaram por mudar de emprego, evidenciando que a renda básica proporcionou uma base financeira sólida que encorajou a busca por novas oportunidades profissionais.
Os beneficiários da renda básica relataram um aumento significativo na satisfação com suas condições de trabalho e na qualidade de vida. A psicóloga Susann Fiedler, do Instituto de Cognição e Comportamento, considerou os resultados particularmente iluminadores, demonstrando como a renda básica pode impactar positivamente a vida dos indivíduos.
As trocas de emprego observaram-se principalmente nos primeiros 18 meses do experimento, sugerindo que a renda básica pode atuar como um trampolim para novas oportunidades profissionais. Esta exploração de novas possibilidades é uma evidência do potencial da renda garantida como um meio de facilitar novas experiências e desafios no mercado de trabalho.
Além da Alemanha, outras pesquisas em países como o Brasil também têm mostrado que benefícios sociais não levam ao que se denomina "efeito preguiça". O exemplo do Bolsa Família demonstra que tais programas podem servir como uma rede de segurança, permitindo que as famílias se arrisquem no mercado de trabalho sem receio de consequências econômicas ruins. Embora haja studies que indicam algum impacto do Bolsa Família no mercado de trabalho, ainda são necessárias investigações para compreender plenamente suas implicações, reafirmando a necessidade de análises cautelosas.