Em 28 de abril de 2025, a cantora britânica Lily Allen fez uma retratação pública a Katy Perry durante seu podcast Miss Me?. Ela se desculpou pelas críticas feitas à participação da colega no voo espacial da Blue Origin New Shepard, realizado em 14 de abril. A missão levou Perry e outras cinco mulheres ao espaço, gerando debates acalorados sobre privilégio, feminismo e os impactos ambientais da exploração espacial.
No histórico voo, a bordo do foguete da Blue Origin, a artista interpretou a clássica canção What A Wonderful World de Louis Armstrong. Além disso, ela aproveitou a oportunidade para divulgar sua turnê Life Times. A iniciativa foi celebrada como um marco importante para a representação feminina na exploração espacial. No entanto, as reações não foram unânimes, com várias celebridades e ativistas expressando críticas sobre a real finalidade científica da missão e seus custos ambientais.
No episódio mais recente do podcast, Allen comentou:
"Não havia necessidade de mencioná-la. Foi minha própria misoginia internalizada". Sua inicial crítica, onde descreveu a missão como "fora de sintonia", foi feita em 17 de abril, e desde então, a cantora reconheceu que suas palavras contribuíram para uma cultura de ataques coletivos contra mulheres.
A missão espacial da Blue Origin ocorreu em um contexto de crescente descontentamento com os voos turísticos espaciais. Enquanto Katy Perry falou sobre ter experimentado uma “conexão profunda com o amor”, ativistas levantaram preocupações quanto às contradições entre o discurso feminista e os efeitos negativos da poluição causada pelos foguetes. Neste contexto, Allen refletiu sobre suas declarações, salientando a importância de solidariedade entre mulheres, especialmente em debates tão polarizadores.
O episódio ressalta a complexidade dos debates feministas na era das celebridades-ativistas. Especialistas entrevistados por veículos de comunicação internacionais indicam que a situação reforça a necessidade de um diálogo sociopolítico interseccional, levando em consideração questões de privilégio, ambientalismo e sororidade. Esta reflexão surge em um momento em que a pressão por um maior reconhecimento das interseccionalidades dentro do feminismo é cada vez mais exigida.