Uma das principais propostas em debate no cenário político atual é a que busca abolir a escala de trabalho 6x1. Protocolada na Câmara dos Deputados em fevereiro de 2025, essa iniciativa conta com o apoio de centrais sindicais e movimentos sociais, destacando-se por ter obtido 234 assinaturas, número que supera o mínimo exigido para sua apresentação.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pretende transformar a jornada de trabalho. Se aprovada, significaria uma transição para uma semana de trabalho de quatro dias, com até oito horas diárias, totalizando 36 horas semanais. Essa mudança visaria oferecer aos trabalhadores mais tempo para lazer, convivência familiar e atividades culturais, uma demanda crescente entre a população.
No entanto, a proposta enfrenta significativas barreiras no Congresso. Glória Trogo, organizadora do Plebiscito Popular 2025, argumenta que há pouco interesse entre os parlamentares em aprovar um projeto que poderia forçá-los a tomar posição sobre uma questão que é amplamente apoiada pelo público, especialmente pelos movimentos sociais. A resistência é amplamente atribuída aos interesses do Centrão e da extrema direita, que podem ver a pauta como uma ameaça aos seus objetivos.
Ao mesmo tempo, o apoio popular à iniciativa é robusto. Pesquisas mostram que uma grande parte da população favorece o fim da escala 6x1, refletindo uma expectativa de que essa mudança possa proporcionar um equilíbrio melhor entre vida profissional e pessoal. Um abaixo-assinado que acompanha a proposta já acumula quase 3 milhões de assinaturas, um número que indica o apelo da medida entre a cidadania.
As centrais sindicais têm promovido diversas mobilizações para pressionar os parlamentares a considerarem a proposta. Esses atos buscam não apenas chamar a atenção para a necessidade de modernização das relações de trabalho, mas também enfatizar a urgência da aprovação diante das dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores que se sentem sobrecarregados pela jornada atual.
Enquanto a luta pelo fim da escala 6x1 continua, a incerteza persiste. O abandono da proposta no Congresso, apesar do forte apoio público e mobilização, levanta questões sobre o futuro das relações de trabalho no Brasil. A pressão contínua de movimentos sociais e centrais sindicais poderá ser crucial para impulsionar essa e outras mudanças necessárias no cenário legislativo.