Estudos publicados em abril de 2025 revelam que microplásticos comprometem a sobrevivência das abelhas e ameaçam a polinização global. Pesquisadores destacam que partículas plásticas são transportadas por esses insetos para flores e mel, alertando para danos intestinais, alterações microbianas e redução na fertilização de plantas, a partir de análises em espécies como a Apis mellifera.
As partículas plásticas menor que cinco milímetros aderem aos pelos das abelhas devido à carga eletrostática gerada durante o voo. Uma vez ingeridas, essas partículas provocam ruptura das paredes intestinais e estresse oxidativo, reduzindo a taxa de sobrevivência dos insetos em até 30%, segundo dados de estudos recentes. Além disso, essas partículas alteram o microbioma intestinal, diminuindo a quantidade de bactérias benéficas como Lactobacillus e aumentando patógenos como Bartonella.
Ao transportar microplásticos para as flores, as abelhas contaminam o estigma floral — estrutura que recebe o pólen — com fragmentos de polipropileno, material comum em embalagens descartáveis. Experimentos com espécies, como o agrião-da-montanha (Mimulus luteus), mostraram uma queda na produção de sementes, comprometendo a reprodução vegetal. "Essa contaminação atua como uma barreira física e química para a fertilização", explicam pesquisadores.
As partículas plásticas são ingeridas pelos humanos através do mel consumido, conforme análises laboratoriais. A presença de polímeros sintéticos em produtos apícolas já foi detectada em vários estudos globais, mas os trabalhos de 2025 são os primeiros a vincular diretamente esse fenômeno à redução da eficiência polinizadora.
Especialistas defendem políticas urgentes para a redução de plásticos descartáveis e o desenvolvimento de materiais biodegradáveis. "Precisamos repensar todo o ciclo de vida dos polímeros sintéticos, desde a produção até o descarte", afirma um biólogo citado nos estudos. Além disso, o monitoramento de colônias em áreas urbanas e agrícolas está entre as ações prioritárias sugeridas.
A poluição por microplásticos se destaca como um fator crítico no declínio global dos polinizadores, com impactos em cascata na biodiversidade e na segurança alimentar. Novas pesquisas devem avaliar o impacto em outras espécies, como besouros e borboletas, ampliando o conhecimento sobre este preocupante fenômeno.