A Apple revelou que enfrentou US$ 900 milhões em tarifas no último trimestre fiscal, de acordo com o CEO Tim Cook, que fez o anúncio dos resultados financeiros em 1º de maio de 2025. Este valor foi considerado por analistas como "surpreendentemente baixo" e, apesar do impacto financeiro significativo, não haverá aumentos imediatos de preços para os consumidores. A estratégia adotada pela empresa inclui mudanças na cadeia de suprimentos, com a produção de iPhones na Índia e Macs no Vietnã, além de um investimento projetado de US$ 500 bilhões nos EUA até 2029.
Custos e Estratégias de Mitigação
Tim Cook declarou aos investidores: "O impacto foi limitado neste trimestre, mas não podemos prever o futuro das tarifas". A Apple está redirecionando a produção de dispositivos vendidos nos EUA para fábricas na Índia (para iPhones) e Vietnã (para Macs), enquanto a produção na China continua voltada para mercados externos. Para acessórios e peças de reposição do AppleCare+, as tarifas chegam a 145%, afetando severamente esse setor.
Investimentos e Relações Geopolíticas
O CEO também reiterou a intenção de investir US$ 500 bilhões nos EUA nos próximos quatro anos. Isso incluirá a expansão de data centers e parcerias com fornecedores locais. Esta decisão não apenas responde a um apelo político por "reindustrialização", mas também busca reduzir a dependência da China em meio a tensões comerciais emergentes.
Perspectivas para o Consumidor
Quando questionado sobre possíveis repasses de custos para os consumidores, Cook foi claro: "Não temos nada a anunciar hoje". A receita reportada de US$ 95,4 bilhões no trimestre e um lucro por ação de US$ 1,65, um recorde para o período, possibilitam à Apple absorver esses custos sem necessidade de ajuste nos preços. Analistas destacam a escala global da Apple – com valor de mercado de US$ 2,8 trilhões – que oferece uma margem de manobra considerável, em contraste com empresas menores.
Riscos no Horizonte
Apesar do otimismo, Cook admitiu a existência de incertezas sobre novas tarifas, afirmando: "Não quero prever o futuro porque não sei o que acontecerá". Esta declaração surge em meio a rumores de que a atual administração poderia revisar políticas comerciais que afetam o setor tecnológico.
A Apple demonstra resiliência na gestão das tarifas, mas a volatilidade geopolítica permanece como um desafio central. Enquanto isso, os consumidores podem respirar aliviados, pelo menos no curto prazo, sem enfrentar aumentos nos preços.