O ex-presidente Fernando Collor, de 75 anos, recebeu autorização para cumprir prisão domiciliar devido a problemas de saúde, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 1º de maio. A medida foi tomada após sua condenação a 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ligadas à Operação Lava Jato. O ex-presidente, que foi o primeiro a ser eleito após a ditadura militar de 1964 a 1985, enfrenta processos jurídicos desde 2015 relacionados a esquemas na Petrobras.
Fernando Collor, que assumiu o cargo em 1990 prometendo combater a hiperinflação, renunciou em 1992 durante um processo de impeachment por corrupção. Desde então, ele enfrentou diversas situações legais, culminando em uma condenação em 2023 pelo STF, embora ainda recorria da sentença quando a nova decisão de mudança para prisão domiciliar foi anunciada.
A condenação de Collor se refere a propinas recebidas entre 2010 e 2014, envolvendo empreiteiras que pagavam valores por meio de um doleiro. O esquema abrangeu contratos da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras. Collor nega qualquer atividade irregular e continua com seu foro privilegiado como senador por Alagoas até 2023.
O ministro Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa de Collor, que argumentou sobre as condições de saúde fragilizadas do ex-presidente. A prisão domiciliar, que será monitorada eletronicamente, resultou de uma decisão judicial que não divulgou publicamente todos os detalhes do processo.
A prisão domiciliar de Fernando Collor reacendeu debates sobre o foro privilegiado e a impunidade entre as elites. Com uma base política ainda ativa e sendo considerado um aliado do centrão, Collor mantém influência em Alagoas mesmo após sua condenação.
O regime domiciliar permite que condenados cumpram suas penas em casa, utilizando tornozeleiras eletrônicas. Normalmente, condenados por crimes hediondos são excluídos deste benefício; no entanto, decisões judiciais podem levar em conta fatores como idade e saúde do condenado.
"A alteração do regime prisional de Collor é um reflexo das discussões em torno da justiça para ricos e poderosos no Brasil."
Com todas essas reviravoltas, a situação de Fernando Collor continua a ser assunto de significativa repercussão e debate entre os brasileiros, revelando as complexidades do sistema judiciário e político do país.